Press "Enter" to skip to content

Com aumento de casos de varíola dos macacos, três crianças já foram infectadas

Última atualização 01/09/2022 | 17:21

A confirmação de mais um caso de varíola dos macacos em crianças em Goiás nesta quinta-feira, 01, sinaliza que a doença está infectando pessoas de diversas faixas etárias. A tendência ocorre em outros países e deve se repetir no estado, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia em Goiás, Hélio Ranes. Já são três registros no público infantil com idades de 3, 6 e 9 anos. O mais recente ocorreu em Aparecida de Goiânia. Um idoso apresentou a doença.

Uma das preocupações é o risco de quadro grave da infecção nos pequenos. O médico explica que o sistema imunológico deles não está maduro o suficiente para combater o vírus causador da varíola dos macacos, o Monkeypox, por isso o organismo fica mais suscetível à piora de saúde. Além das crianças, os imunossuprimidos também podem ter complicações por causa da doença. 

“É motivo de preocupação, mas não de pânico. A recomendação é manter aqueles mesmos cuidados preventivos contra covid: máscara, higienização das mãos, evitar aglomerações e contato físico. Para as crianças, adotar esses hábitos é difícil, então cabe aos pais ficarem ‘de olho’ “, alerta.

No mês passado, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou transmissão comunitária da Monkeypox. O último boletim epidemiológico da pasta registra 226 casos em 20 municípios, sendo a maioria deles (178) em Goiânia. O Brasil tem dois óbitos pela doença, porém nenhum no estado.

Hélio chama atenção para os sintomas leves apresentados por maior parte dos pacientes. “Felizmente, os casos graves não são comuns”, diz. O tratamento consiste em medicação para dor e febre ou internação, quando há muitas lesões na pele e a pessoa está muito debilitada. 

O isolamento é necessário em todos os casos devido ao risco de transmissão do vírus. O tempo médio sem contato social  varia de 14 a 21 dias, considerado o período entre aparecimento de infecções na pele, formação e eliminação das “casquinhas” sobre as feridas.

“Já existe um medicamento para casos graves com 85% de eficácia e uma vacina específicos contra a varíola dos macacos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Estamos muito otimistas de que até o fim do ano eles estejam disponíveis para alguns grupos da população, a exemplo de imunossuprimidos e profissionais de saúde que têm maior risco de contato e maior risco de complicação”, afirma Ranes.

Segundo o presidente da SBI, a transmissão ocorre principalmente por contato direto ou indireto com as pessoas doentes ou objetos contaminados ou ainda por gotículas. Um teste simples usando o mesmo Swab que colhe material biológico para ser diagnóstico de covid serve para conseguir amostra da secreção liberada pela ferida na pele e ser analisada em laboratório.