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Com aumento de casos, meningite volta a assustar em Goiás

Última atualização 27/06/2023 | 16:22

Uma doença que já causou muita preocupação no passado tem voltado a assustar em Goiás. O estado registra em 2023 um significativo aumento de casos de meningite. O total confirmado nos cincos primeiros meses de 2023 equivale a mais da metade do ocorrido em 2022, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). A primeira morte de criança pela inflamação em São Paulo foi confirmada neste domingo, 26.

Foram quatro casos de meningite tuberculosa entre goianos em 2023 e não houve nenhum registro em 2022. Já com relação à meningite bacteriana, foram 20 casos em 2023 até o momento contra 19 do ano passado. Já os casos de meningite por pneumococo somam 16 ocorrências em 2023 enquanto foram dez em 2022. Já com relação à meningite de etiologia não especificada o número de ocorrências já é o dobro: 16 casos em 2023 contra oito em 2022

Considerando a distribuição por etiologia e por mês, em fevereiro foi registrado um aumento de meningite tuberculosa. Já em abril, um aumento de casos de meningite por outras bactérias, de etiologia não especificada e por pneumococo. As demais etiologias apresentaram números dentro do padrão epidemiológico em todos os meses. Em relação à meningocócica,  observou-se uma incidência acima do limite médio dos últimos cinco anos.

A SES acredita que a causa destes números pode estar relacionada a queda da cobertura vacinal, apesar do incentivo das Secretarias Estaduais e municipais de saúde. Segundo dados colhidos até 15 de junho, a imunização em crianças menores de um ano de idade pela BCG foi de 71,55% de janeiro a abril de 2023; 67,51% pela meningocócica C, 67,45% pela pentavalente e 70,32% pela pneumocócica 10 valente.

Entre adolescentes, o índice é bem menor, entre adolescentes de 11 a 14 anos, a aplicação da meningocócica C e ACWY é de 54,29%, enquanto que a cobertura das mesmas vacinas na idade de 11 e 12 anos é de 47,03%.

Em meses como junho, devido à temperatura mais baixa e mais seca, o cuidado deve ser maior, como explica a infectologista do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Cassia Godoy. “Infecções por vírus, principalmente, e mesmo as meningites bacterianas, aumentam a incidência, porque as pessoas aglomeram, levando a um aumento da transmissão. Por isso, as vacinas são extremamente importantes para proteger das infecções”, diz a médica.

Campanha

A fim de reverter o quadro, a Secretaria de Estado de Saúde anunciou a ampliação do público-alvo, para a vacinação contra a meningite C, na rede pública por meio do Comunicado n°2/2023-SES/GI que informa a disponibilização temporária da vacina para toda a população não vacinada a partir de 15 anos de idade.

A informa a vacina Meningocócica Conjugada é oferecida pela rede pública em todas as unidades de vacinação e está indicada para o público infantil a partir de 3 meses de idade, adolescentes com a vacina Meningocócica ACWY e adultos na categoria de profissional de saúde, conforme indicações específicas no Calendário Nacional de Vacinação/MS.

A vacinação desse público se dará enquanto houve disponibilidade de doses em estoque nas Rede de Frio do Estado e Municipal. Além disso, estão sendo trabalhadas ações para conscientizar a população sobre a importância das vacinas, que são fundamentais para a prevenção e promoção a saúde. A melhor forma de prevenção da doença é com vacinação.

A meningite é um processo inflamatório nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo gerar sequelas e levar a óbito. A doença pode ser causada por diferentes agentes, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites bacterianas e virais são as mais preocupantes pelo potencial de produzir surtos e casos graves.