Ao menos dez municípios goianos decretaram situação de alerta após taxas de positividades para Covid-19 estarem em alta. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) identificaram um salto de 9% para 15% nos diagnósticos positivos no estado, sendo um dos maiores aumentos na Cidade de Goiás.
Segundo dados do Painel de Covid-19 da SES, Goiás tem 3.151 casos confirmados e 5.597 suspeitos nas últimas quatro semanas. As taxas são maiores em adultos de 30 a 49 anos, sendo as mulheres o gênero mais atingido.
O número de casos na primeira semana teve uma diminuição de 93% em relação a primeira semana de janeiro, quando o estado registrou 9.674 casos positivos da doença. Já em relação a agosto de 2022, na última semana do mês foi registrado 2.670 casos de Covid-19, enquanto neste ano foram 213 positivos. A diminuição é de 93,67% nas taxas.
No entanto, mesmo com a diminuição, diversos municípios têm registrado situações de alerta. De acordo com a médica infectologista Juliana Barreto, ao Diário do Estado (DE), esses tipos de alertas são importantes, mas nem sempre significam pânico ou preveem um novo lockdown.
Em casos como Cidade de Goiás e Avelinópolis, o estado de alerta serve como um aviso para o aumento de casos, mas não evidenciam uma suposta epidemia. Os dados servem para informar que os números de casos confirmados tiveram um enorme salto, com crescimento de 212% como ocorreu na antiga capital do estado.
Causas do aumento e novas variantes
Um dos motivos para o aumento de casos de Covid-19 está interligado às novas variantes que surgem a todo o tempo. Na última semana, o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a identificação de transmissão local de uma nova variante de Covid-19, a EG.5. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a nova cepa é considera como uma “variante de interesse” e não representa uma ameaça para a saúde pública.
Até o momento, não há nenhuma identificação de casos da variante em Goiás, mas a circulação no restante do país é um alerta e um dos motivos para aumento de casos. “A chance de todas as variantes chegarem a todos os Estados da Federação é enorme, porque existe a livre migração de fronteiras no país”, informa Juliana Barreto.
Além disso, o estado tem passado por um período de seca e mudanças climáticas consideradas “estranhas” para o mês de agosto. De acordo com Juliana Barreto, esta mudança ajuda na proliferação de casos devido à falta de cuidados entre as pessoas.
“Temos que lembrar que a Covid é uma gripe. Com essa mudança climática, um tempo muito seco oscilando aqui no nosso estado entre alguns picos de chuva, muito seco e calor, isso facilita ter os casos gripais ”, diz a médica. “Se as pessoas não manterem os cuidados mínimos que é a lavagem das mãos toda hora, quando tiver espirrando tampar a boca, isso também propicia esse aumento todo mundo de casos. “, finaliza.
Vacinação
Em relação aos cuidados para Covid-19, um dos maiores defensores é a imunização. Em Goiás, 77,01% da população completou o esquema vacinal com a primeira e segunda dose. São 17 milhões de doses distribuídas e 16 milhões aplicadas em toda a população. Mais de três milhões estão sem completar o esquema de vacinação, atrasando assim doses e se tornando mais propensos ao agravamento em casos de Covid-19.
Segundo a infectologista, a vacinação ajuda na diminuição de casos e ao combate para que não haja uma nova pandemia. “A cobertura vacinal já é alta, e já caminhamos para uma doença apenas endêmica mesmo, não mais epidêmica”, diz. “As vacinas protegem contra a maior parte dos casos e diminui a gravidade, portanto sempre é importante”, informa Juliana.
De acordo com a Superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o alerta de aumento de casos foi emitido para informar a população sobre a importância da vacinação, após uma mudança de padrões no caso de positivos e negativos.
“Isso é uma situação em que a gente precisa passar recomendações a população, principalmente em relação a vacinação, porque caso tenhamos um aumento no número de casos, isso não se reverta em casos graves, hospitalizados e óbitos’’, conta a superintendente.
A vacina se tornou uma das armas principais contra a doença. Até o momento, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza doses de imunizantes para todas as unidades federativas, como meio de prevenção.