A tendência de queda da cobertura vacinal em crianças e adolescentes tem preocupado as autoridades em saúde. Em plena campanha, foram somente 273.040 doses em Goiás, sendo pouco mais de 76.884 em Goiânia.
Em primeiro lugar em aplicação estão os imunizantes contra a pneumonia megingocócica, seguido de febre amarela e pneumonia pneumocócica. O baixo índice de adesão do público-alvo obrigou a o Governo Federal a prorrogar a campanha contra a poliomelite, para crianças entre um ano e menos de cinco, e de multivacinação até a próxima sexta-feira, 30.
Como estratégia de incentivo, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) vem apoiando e estimulando os municípios na busca da população alvo para a vacinação, inclusive com a Campanha “Xô, dodói!”, que está sendo veiculada nas mídias.
O envolvimento da Secretaria de Educação tem sido importante para a sensibilização dos pais e das crianças. A pasta informou que estão sendo entregues mais de 80 mil kits interativos em escolas com itens como quebra-cabeça, certificado de vacinação, máscara e cartela de adesivos.
Números da imunização
Goiás imunizou 37,5% das 405.617 crianças na faixa etária de 1 a 4 anos contra a poliomielite – porcentagem que está acima da média nacional. A poliomielite, que causa a paralisia infantil, é prevenida somente por meio de vacina.
A doença está erradicada no Brasil, mas a confirmação de casos em países como Estados Unidos e Israel acenderam o alerta para a necessidade de redobrar os cuidados com a imunização. A meta do Ministério da Saúde é aplicar doses de vacina em 95% das crianças, o que corresponde a 14,3 milhões de brasileirinhos.
A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, afirma que somente 20 municípios goianos conseguiram imunizar 100% do público alvo para a poliomielite, por exemplo.
Uma pesquisa sobre os motivos da hesitação vacinal, realizada pelo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), será divulgada na cidade de Goiás nesta quinta-feira, 29. Ela antecipou ao Diário do Estado parte das conclusões apontada no estudo.
“Há a percepção de baixo risco para as doenças porque as pessoas não veem outras infectadas, o que cria uma sensação de falsa segurança. Graças à vacina, muitas doenças deixaram de ocorrer, mas a queda nos índices de cobertura vacinal podem criar os chamados bolsões de suscetíveis e fazer com que novos casos reapareçam’”, explica.
Ela explica que no caso da multivacinação não há meta a ser alcançada porque se trata de atualização do cartão vacina, mas o ideal é cobertura de 90% da população com as faixas etárias pré-determinadas.
Flúvia destaca que o grande problema é a médio prazo porque o esquema vacinal das principais doenças contagiosas se completa na infância e na adolescência. Apesar disso, a superintendente reconhece a possibilidade, mas descarta aumento de mortalidade infantil por causa dessas doenças nos próximos anos.