Em entrevista ao jornal Diário do Estado, Country manager da Cisneiros Interactive, Rodrigo Tigre, falou sobre como está o mercado de Podcast no Brasil. A Cisneiro é uma empresa latino-americana, com escritórios em 17 países, que trabalha com publicidade digital há mais de dez anos.
Atualmente a nova forma de trabalho, por meio da internet, principalmente em razão da pandemia, está ganhando bastante força, principalmente o mercado do Podcast. Questionado sobre qual a diferença do Podcast para Rádio, ele responde que: “O ambiente digital aproveita o áudio como todo. A atividade de escutar música na internet é tão grande quanto assistir filme e internet. É importante entender que os serviços populares de stream, como o Spotify, representam apenas 30% desta parcela. Existe uma grande parcela de consumo que acontece em rádios online, que tem essa particularidade de ao vivo. A diferença disso para o Podcast, é que ele é uma extensão, sob demanda, eu escolho o audio que eu quero escutar. Não é uma coisa nova, já existe há 16 anos.”, informa.
Ele acrescenta falando que muitas rádios estão se aproveitando desta tecnologia. “Um exemplo clássico o pânico que passa na Jovem Pan “As duas da tarde, eles transformam o conteúdo ao vivo em Podcast, tirando os comerciais, fazendo entradas dinâmicas. Conseguindo inserir uma publicidade diferente. Isso gera uma nova forma de monetização, ampliando o alcance a a cobertura. O Podcast não fala necessariamente com um público grande, sim com um público pequeno com assuntos específicos.”, complementa.
Em relação ao mercado, ele explica que a produção de áudio é mais simples e barata que a produção de vídeo. “Você precisa de um microfone e computador para fazer a edição. O importante aqui, é o conteúdo em si. O hábito de escutar Podcast é um momento sem tela, as vezes eu to dirigindo, mais frequente antes da pandemia, às vezes fazendo atividades domésticas, até mesmo estudando e trabalhando. Isso é diferente porque eu me programo para escutar o problema, vou escutar um assunto que eu gosto. A escolha também é diferente, eu sou mais criterioso com o que eu vou escutar. Existe uma relação próxima com quem produz o conteúdo. Por isso ele tem um grande poder de influência, sendo uma grande oportunidade para as marcas.”, informa.
Sobre o mercado, ele pontua que está crescendo bastante. “Há três anos atrás você tinha que ir numa agência, explicar para o cliente o que é Podcast, isso não acontece mais. A Globo fez um grande favor para todo mundo ano passado, quando começou a investir nesse formato, divulgando na televisão, assim como o Spotify e Deezer abrindo a plataforma para escutar Podcast, ficando mais fácil achar conteúdo. As pessoas estão descobrindo os conteúdos de seu interesse e como usar Podcast. O áudio ele é generoso, não te prende 100% da atenção, podendo ser escutado enquanto você faz outra coisa. Por isso existe muito conteúdo educacional. As marcas também pode utilizar esse meio.”, declara.
Ele pontua que o Podcast possui um espaço complementar ao rádio. “As pessoas estão descobrindo, é uma grande ferramenta de aprendizagem, de informação e entretenimento. Com certeza eu acho que vai ser adotado como uma ferramenta para educação. Muitas marcas estão começando a fazer Podcast proprietário, utilizando como ferramenta. Isso tem um desafio de gerar audiência. Tendo marcas se apropriando programas existentes, complementando o conteúdo. E algumas empresas usam como programa para atendimento e gestão.”, relata.