Completando 89 anos, Goiânia carrega em sua história uma série de características que faz a cidade ser uma das mais bonitas. Criada em 1935, o município foi construído com a finalidade de deixar para trás o antigo estilo colonial e trazer a modernidade e sofisticação para o seu estilo contemporâneo.
E nada melhor do que trazer o estilo Art Déco para o que seria a nova capital do estado de Goiás. Criado em meados de 1910 na França, o estilo atingiu seu ápice entre os anos de 1920 e 1930.
Em 1925, o estilo ”chique francês” chegou até o Brasil através da Exposição Internacional de Artes Decorativas. Utilizando geometria, estampas e sofisticação, a Art Déco influenciou não apenas a arquitetura, mas também o design de interiores, a pintura, as artes gráficas e a moda.
Art Déco em Goiânia
Visando um estilo cheio de glamour e progresso tecnológico, Pedro Ludovico Teixeira decidiu encarregar o arquiteto urbanista Atílio Corrêa Lima para elaborar o projeto do município para onde seria transferido a capital. Formado engenheiro-arquiteto pela Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), no Rio de Janeiro, Atílio se graduou urbanista pelo Instituto de Urbanismo da Universidade de Paris (Sorbonne). Por este motivo, o estilo parisiense acabou tendo uma grande relevância em seus projetos, principalmente na criação de Goiânia.
O projeto foi marcado pela modernidade e sofisticação, visando deixar para trás as características presentes nas cidades que nasceram com a mineração. Assim, Atilio Corrêa Lima encontrou no estilo Art Déco uma alternativa para expressar o progresso que a nova capital representava para o estado.
Os edifícios e monumentos eram inovadores, diferente de tudo o que existia naquela época. Muitos deles, hoje em dia quase abandonados, foram tombados como patrimônio histórico pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Para ter noção da importância do estilo em Goiânia, ao levar em consideração as Américas, a cidade é a segunda mais importante a carregar consigo tal estilo arquitetônico.
Monumentos Art Déco por Goiânia
A maioria das construções que fazem parte do conjunto urbano Art Déco da capital se encontram na região central. Para conhecer algum deles, basta um passeio a pé, começando pelo Colégio Lyceu até a Estação Ferroviária, inaugurada em 1950 na Praça do Trabalhador.
Confira alguns monumentos:
1 – Praça Cívica
Formada por elementos que caracterizam alguns dos mais belos exemplos da art déco, a Praça Cívica foi projetada para ser a casa do Palácio das Esmeraldas. A sede do governo estadual foi inaugurada em 1937 e é um dos principais edifícios da cidade que carregam o estilo.
Ali perto também pode se encontra o Tribunal Regional Eleitoral, o Museu Zoroastro Artiaga e o Coreto da Praça Cívica, que carregam consigo o estilo francês e representam o que há de mais bonito na cidade.
2 – Teatro Goiânia
Construído em 1940, o Teatro foi entregue aos goianienses em 1942 e faz parte do conjunto arquitetônico do projeto da cidade, assinado pelo arquiteto Jorge Félix. Atualmente, é considerado um dos mais importantes espaços de manifestações culturais da cidade e carrega uma beleza tremenda em sua estrutura que chama atenção mesmo de longe.
3 – Colégio Estadual Lyceu de Goiânia
Transferido da Cidade de Goiás para Goiânia, o Colégio Lyceu possui em em seu projeto diversos elementos da art déco. A proposta era que o edifício integrasse salas de aula, pátio, quadra de esportes e demais espaços à nova proposta arquitetônica da cidade.
4 – Grande Hotel
Quando se fala em art déco, o Grande Hotel é um dos edifícios mais conhecidos pelo estilo na capital. Fundado em 1937, ele é pioneiro no estilo arquitetônico da cidade e foi importante para hóspedes que se instalavam ali quando visitavam a cidade.
No entanto, o prédio acabou sofrendo descaso e abandono, mas hoje atua recebendo eventos culturais e era palco para o famoso chorinho de Goiânia.
5 – Museu Pedro Ludovico
Construído entre 1934 e 1937, o museu faz parte do projeto art déco de Atílio Corrêa Lima. É uma das peças mais importantes da história arquitetônica da cidade, representando um marco da modernidade ao mesmo tempo em que rompia com o passado colonial, presente ainda na capital.