Press "Enter" to skip to content

Com explosão de casos, Goiânia registra mais de 300 crimes de injúria ou racismo em 2022

Última atualização 26/10/2022 | 17:32

A intolerância racial, sexual e até religiosa fez com que o número casos de racismo, injúria e difamação explodissem em Goiânia e na região metropolitana. Para se ter uma ideia, apenas o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri) registrou, em média, 35 denúncias por mês em 2022. Ou seja, mais de uma por dia, totalizando 315 ocorrências até o mês de setembro.

Porém, por falta de provas e testemunhas, apenas 57,1% das ocorrências viram inquéritos policiais, conforme o delegado titular do Geacri, Joaquim Adorno. Sendo assim, das 315 denúncias, 180 foram ‘à diante’. Ainda de acordo com o investigador, as penas para estes tipos de crime podem variar de um ano e meia a nove anos de prisão, a depender da gravidade do crime praticado.

“Quando a pessoa pratica algum tipo de intolerância, ela pode cometer diversos tipos de crime como: racismo, injúria, calúnia ou difamação. Depende muito do que a pessoa fala, do contexto e do fundamento da fala. Por exemplo, quando a pessoa usa uma rede social para ofender alguém, ela pode cometer uma injúria racial, mas se essa fala ofender o grupo que aquela pessoa representa, vira um caso de racismo”, explicou.

Vítima de injúria 

Um caso recente de injúria veio à tona nesta quarta-feira, 26, após uma mulher negra, de 21 anos, denunciar a ex-companheira do marido por ameaça. A mulher teria dito que iria atear fogo na jovem e em uma criança de 1 ano e 5 meses, filho da vítima. 

A jovem que mora em Aparecida de Goiânia, contou que as ameaças são antigas, mas que resolveu denunciar o crime à Polícia Civil (PC) no último dia 18. Em áudios enviados à mulher, a suspeita chama a vítima de macaca, preta horrorosa e cabelo de bombril. Ela diz ainda que branco merece ficar com branco e que preto tem que morrer queimado.

“Recebemos denúncias de tudo quanto é jeito. Hoje as pessoas estão tão intolerantes no mundo virtual, quanto no mundo real. Vivemos em um ambiente de extrema intolerância, que não aceita as pessoas diferentes de nós”, concluiu Joaquim. 

Isso vai fechar em 0 segundos