A perícia realizada no antigo Banana Shopping não conseguiu apontar onde teria começado o fogo que destruiu o último andar do prédio em 4 de abril deste ano. O inquérito divulgado nesta quarta-feira, 26, aponta que o incêndio não foi intencional e indiciou os dois responsáveis pela administração da área do cinema.
A delegada Jocelaine Braz afirmou à reportagem do Diário do Estado que as conclusões baseadas na avaliação da Polícia Técnico-Científica já foram encaminhadas ao Poder Judiciário. Se forem condenados, a pena aplicada a eles varia de seis meses a dois anos por ser um crime de menor potencial ofensivo.
“O laudo pericial apontou que as chamas começaram possivelmente na sala de projeção. Entendemos que o crime de incêndio culposo fora praticado pelos responsáveis pela área do cinema. Não posso dizer os nomes”, diz.
A assessoria de imprensa do Cinex informou que ainda não teve acesso ao inquérito e antecipou que o proprietário da empresa e locador do espaço que pertence a Elmo Engenharia, Adriano Oliveira, concederá detalhes em uma coletiva de imprensa na próxima semana.
“O empresário em questão aguarda orientações do departamento jurídico para fornecer informações complementares. O prejuízo financeiro sofrido com o incêndio foi inestimável e um sonho foi destruído com as chamas. Além das perdas físicas, é importante lembrar que a cultura goiana foi totalmente prejudicada, já que o cinema era sede de grandes mostras cinematográficas regionais e mundiais”, publicaram.
Uma briga judicial impede o início da reforma do local, que teve apenas parte da estrutura metálica em Itatiba do telhado retirada. A Defesa Civil de Goiânia faz visitas periódicas ao prédio para acompanhar a estrutura e conferir se há movimentação de operários da construção civil. A investigação policial aponta para problemas no sistema de combate às chamas.
Uma fonte da Defesa Civil afirma que a própria instituição foi citada no pedido judicial feito pelo responsável da galeria de suspensão de qualquer reforma, por isso estão acompanhando a situação do prédio do antigo Banana Shopping e impedindo intervenções infraestruturais. A solicitação ao Tribunal teria sido necessária para a realização de uma perícia particular custeada pela empresa responsável pelo cinema. O Cinex nega que tenha a suspensão de qualquer reforma no prédio.
Alguns funcionários da construção civil chegaram a começar o trabalho no local após a decisão, mas integrantes da corporação esclareceram a situação e os fizeram assinar um documento comprovando os esclarecimentos, além de pedirem a interrupção da atividade.