Última atualização 13/01/2023 | 08:41
O ex-ministro de Justiça, Anderson Torres, pode ser preso ainda nesta sexta-feira, 13. Com mandado em aberto, ele desembarca no aeroporto de Brasília no início desta noite. Ele havia anunciado o retorno dos Estados Unidos por meio de uma rede social logo após a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O apoiador de Jair Bolsonaro deve se apresentar na Polícia Federal logo ao chegar no País.
A demora do governo do Distrito Federal (GDF) em agir durante a invasão de prédios sede dos três Poderes resultou na intervenção federal na segurança pública e na exoneração de Torres, que era o secretário de segurança local. Ele assumiu o cargo em 02 de janeiro e saiu de férias para o exterior no dia seguinte. O entendimento de Moraes é que ele e o governador do DF, Ibaneis Rocha, sabiam da ação dos golpistas e foram coniventes.
Desde sábado, no dia anterior ao vandalismo nos prédios sede dos Três Poderes, centenas de ônibus e carros com bolsonaristas chegaram à capital federal. As pessos se concentraram no acampamento montado havia dois meses em frente ao quartel do Exército em Brasília. O setor de inteligência do governo federal teria apontado os riscos, que teriam sido descartados pela Secretaria de Segurança do DF. O comandante da Polícia Militar local foi preso. O interventor federal designado pelo presidente Lula, Ricardo Cappelli, acredita que houve sabotagem.
Golpe
Um dos documentos apreendidos por policiais federais durante cumprimento de mandado judicial na casa de Torres em Brasília foi uma minuta propondo a mudança no resultado das eleições presidenciais, segundo o jornal Folha de S. Paulo. O texto sugeria a decretação de estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), embora a medida seja inconstitucional.
A ideia era apurar suspeitas do grupo bolsonarista de abuso de poder, suspeição e medidas ilegais adotados pelo presidente do TSE, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Eles queriam a análise da conduta do integrante da Corte antes, durante e após o processo eleitoral. Bolsonaro e apoiadores acreditavam que seria possível restabelecer o que consideravam “lisura e correção da eleição”.