Com nova queda, gasolina pode chegar ao preço de sete anos atrás, em Goiás

Antes da volta de impostos, preços dos combustíveis oscilam na Grande Goiânia

Já faz algum tempo que o consumidor vem pagando mais barato pelo litro da gasolina em Goiás. E, ao que tudo indica, essa tendência não vai parar por aqui. A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira, 1º, uma redução de 7% no preço do combustível. Essa é a quarta queda desde o  dia 19 de julho. 

Os preços repassados às distribuidoras desceram de R$ 3,53 para R$ 3,28 por litro, redução de R$ 0,25 no custo. De acordo com o presidente do Sindipostos, Marcio Andrade, essa redução pode ser considerada histórica já que chega perto do valor de R$ 3,32, pago pelos consumidores na gasolina em 2015.

O novo valor deve chegar às distribuidoras a partir desta sexta-feira, 2, e não deve afetar os demais combustíveis. No entanto, a redução nas refinarias não precisa chegar necessariamente às bombas, ou na mesma proporção, já que as distribuidoras e postos são livres para definir os preços. 

As reduções acontecem pois a Petrobras acompanha a ”evolução dos preços de referência” no mercado internacional, assim como a diminuição no valor do dólar e do barril do petróleo. Em nota, a estatal afirmou que busca o ‘’equilíbrio entre seus preços com o mercado, mas sem o repasse para preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. 

Preços em Goiânia

Em Goiânia, o menor preço de gasolina encontrado é de R$ 4,59 e o maior a 4,99. Já em Aparecida de Goiânia, o combustível pode ser encontrado no valor de 4,59 enquanto o maior está a R$ 5,09, segundo o aplicativo Economia Online (EON), da Secretaria de Economia de Goiás. Os preços foram consultados na plataforma na manhã desta quinta, 1º de agosto.

Possíveis diminuições e aumentos no preço do combustível em Goiás não dependerá do governo estadual, de acordo com o Sindiposto. Os preços podem sofrer variações, dependendo do mercado internacional. 

Confira os 5 menores preços encontrados em Goiânia e Aparecida:

Goiânia 

  • Rede Show (Quinta Avenida, 275, Setor Leste Vila Nova) – R$ 4,59
  • Auto Posto JR (Avenida C1, 20, Vila Santa Efigenia) – R$ 4,64
  • Posto Roda Bem (Avenida C12, SN, Setor Sudoeste) – R$ 4,64
  • Auto Posto Rubi (Avenida Pouso Alto, 1004, Setor Campinas) – R$ 4,64
  • Auto Posto Vera Cruz (Rodovia GO 060 km, Fazenda Caveiras) – R$ 4,65

Aparecida de Goiânia

  • Masa Auto Posto (Rua 44, SN, Jardim Bela Vista) – R$ 4,64
  • Meta Combustíveis (Rua Conde Montecristo, SN, Parque Real de Goiânia) – R$ 4,68
  • RB Combustíveis (Rua da Boa Sorte, SN, Vila Santa) – R$ 4,69
  • Posto Santa Luzia (Rua W3, SN, Sítios Santa Luzia) – R$ 4,69
  • Posto Céu Azul (Avenida Delveaux Vieira Prudente, SN, Jardim Mont Serrat) R$ 4,69

 

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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