Com o fim da pandemia, menos goianos estão pedindo o divórcio

divórcio

Desde o retorno às atividades “normais”, menos goianos estão se divorciando. A quantidade de solicitações caiu 8,6% entre 2020 e 2021 e a queda foi ainda mais acentuada comparando até novembro deste ano com o primeiro da pandemia, em 2020. Os dados são do Colégio Notarial do Brasil em Goiás (CNB-GO). O número é o menor registrado desde 2017.

 

“Os números revelam o reflexo das medidas de flexibilização contra a Covid-19. O convívio e a rotina estão voltando ao normal, logo as relações voltam a fluir. A pandemia veio como um momento decisivo para colocar fim no matrimônio dos casais que já estavam em conflito”, explica o presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Goiás (CNB/GO), Alex Valadares. 

 

Segundo ele, o isolamento social no auge da pandemia e prática de atos de forma online podem explicar recorde de atos no ano passado. Entre janeiro e novembro de 2022 foram 3.986 divórcios, em 2021 houve 4.374 dissoluções de matrimônio e em 2020 chegaram a 4.773.

 

Os dados constam da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (Censec), base de dados administrada pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF) e que reúne as informações dos 8.354 Cartórios de Notas do país, responsáveis pelos atos de escrituras públicas, procurações, testamentos, atas notariais, autenticações e reconhecimento de firmas.

Empurrãozinho

A psicóloga Carolina Ribeiro explica que a pandemia pode ter acelerado o fim de muitos relacionamentos porque obrigou os casais a compartilharem as dificuldades e fraquezas individuais e ainda conhecer melhor o parceiro. Em grande parte dos casos, a decisão se baseou no desencontro de expectativas de cada um com a do próprio casamento. 

“A insegurança causada pela pandemia e as complicações financeiras pela perda de emprego tendo que manter o isolamento social com um parceiro que nem sempre se conhece realmente. Hoje em dia, as pessoas se relacionam normalmente aos finais de semana, ou seja, em momentos de lazer. Quase não há a convivência frequente. Os casais saem para trabalhar e não ficam juntos em diferentes momentos”, detalha.

Ela sugere que as pessoas observem durante o namoro a rotina, o comportamento, como é o tratamento do parceiro com você e as outras pessoas, as fantasias, os sonhos, os interesses em comum a médio e longo prazos para que haja objetivos e um futuro juntos. A especialista lembra que a paixão costuma fazer as pessoas ignorarem atitudes que mais tarde ganham proporções desmedidas dentro do matrimônio e podem culminar no divórcio.

O fim do casamento é o último recurso para o incômodo e mal-estar acumulados ao longo de um período de tempo, por isso a decisão ocorre quando se está muito “machucado”. Apesar disso, o sofrimento típico a qualquer término de relacionamento também aparece, principalmente no processo de desapego com o outro e na mudança de rotina de vida.

“Na minha prática clínica, não há arrependimento sobre o divórcio. Geralmente o paciente já está em processo terapêutico e isso vai sendo bem trabalhado até que ocorra a decisão, ou seja, foi bem pensado. Em poucos casos há arrependimento. A busca de um novo eu faz que a pessoa se (re) descubra e perceba que aquele parceiro já não cabia mais em sua vida”, pontua.

Desburocratização

O divórcio pode ocorrer no cartório ou no Judiciário. O local para dar entrada no pedido depende do tipo de separação. Se for consensual, a solicitação pode ocorrer em qualquer tabelionato de notas. Caso seja litigioso, ou seja, não consensual, é necessário seguir pela via judicial.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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