Com preços nas alturas, vale-refeição dura apenas 11 dias no Brasil

Pesquisa aponta que vale-refeição dura apenas metade do tempo previsto

Neste ano, a duração média do crédito de saldo do vale-refeição é de apenas 11 dias. Isso significa que o benefício dura metade do tempo previsto, sendo que as empresas calculam o pagamento para 22 dias úteis por mês. Os dados são de uma pesquisa da Sodexo Benefícios e Incentivos.

A duração média do vale-refeição

No ano passado, o saldo de crédito do vale-refeição durava 13 dias, em média, segundo a Sodexo. Portanto, houve uma diminuição de dois dias neste ano, devido à alta nos juros e na inflação do país. Como base de comparação, antes da pandemia, em 2019, a duração média era de 18 dias.

Mesmo com o aumento nos valores dos benefícios por parte das empresas, ainda assim os trabalhadores precisam tirar do próprio bolso para pagar metade das refeições do mês. Isso porque o aumento nos valores não acompanham a alta do custo médio de alimentação fora de casa.

A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) fez um levantamento que estabelece um preço médio de R$ 40,64 por refeição. De forma detalhada, a média nacional do prato feito custa R$ 30,59, a comida por quilo, R$ 35,91, o prato executivo, R$ 50,23, e à la carte, R$ 64,83. De acordo com a empresa Ticket, esses valores cresceram 48,3% nos últimos 11 anos.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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