O consumidor já percebeu os que as estatísticas comprovam: o ovo ficou mais pesado para o bolso. A opção para fugir da carne vermelha e aderir à quaresma já não é mais a primeira alternativa da população. A proteína encareceu 15% somente em fevereiro, de acordo com a Associação Goiana de Avicultura em Goiás (AGA-GO). A perspectiva deve se manter a médio prazo e não há risco de desabastecimento, como vem ocorrendo em outros países.
Segundo o presidente da AGA-GO, Marcos Café, o cenário envolve fatores externos e internos. Ele explica que o custo de produção foi a principal causa para a alta ao consumidor. “No último ano, o aumento supera os 20%. De 65% a 70% do custo do produtor é a alimentação do animal. O milho e o farelo de soja, que são a base da ração das aves, sofreram aumento de preço internacional, já que são commodities. Esse acréscimo foi repassado ao consumidor”, frisa.
Ele afirma que uma caixa estava sendo vendida no começo deste ano na média de R$ 140 a R$ 150. Desde o mês passado, o produto não sai por menos de R$ 180. A quaresma deve estimular mais um aumento baseado na lei da oferta e da procura entre 8% e 10%. A caixa com 30 dúzias deve bater a marca de R$ 200. Marcos recomenda pesquisar preços. O presidente da AGA-GO lembra que promoções em grandes compras são uma forma eficaz de economizar porque no atacado o desconto é maior. A competição de marcas de fora do estado com os itens regionais em algumas redes de supermercado também favorecem o consumidor.
A falta de ovos no mercado externo está relacionada a múltiplas razões, a depender da região. Café lembra que a Europa sofre com a repercussão do aumento do milho, que alimenta as aves, e é fornecido majoritariamente pela Ucrânia – em guerra há um ano com a Rússia. Outra motivação é a epidemia da gripe aviária também entre granjas europeias, mas principalmente nas localizadas nos Estados Unidos.
A doença tem causado a morte ou mesmo o sacrifício das galinhas poedeiras, que destinadas à produção de ovos. Uma dúzia está vendida a US$ 7, o equivalente a mais de R$ 35. “O número de poedeiras diminuiu, o plantel diminuiu e, consequentemente, a produção caiu tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.