Com reajuste de 20% no preço, receita de bolo fica mais salgada 

Com reajuste de 20% no preço, receita de bolo fica mais salgada 

Um simples bolo ficou até 20% mais caro em Goiânia. O aumento reflete a escalada de preços dos ingredientes básicos da receita devido ao aumento da cotação feita em dólar, considerando que a maior parte deles são commodities – produtos agropecuários comercializados no mercado internacional. O preço elevado do ovo fez desse item o maior custo  e tem assustado a dona de casa.

Em pesquisa feita pela reportagem do Diário do Estado em um supermercado voltado para o público C e outro para as classes A e B da capital na tarde de quarta-feira (12), os ingredientes para fazer um bolo de milho saem por R$ 9,12 e R$ 13,04, respectivamente. O valor não inclui água, energia elétrica, gás e outros itens fixos que tornam o prato mais salgado. Com esses custos incluídos, a sobremesa no tamanho pequeno chega a R$ 25 (600 gramas) e a grande R$ 30 (1,1 quilo) em uma das lojas contactadas.

“Tento negociar de todas as formas possíveis, porém não conseguimos muita coisa visto que a matéria-prima para eles também teve elevação de custo”, explica a proprietária da Bolos do Cerrado no setor Sul, Thaís Silva.

Ela afirma que o reajuste foi inevitável nos mais de 60 sabores de bolo já em fevereiro por causa das matérias-primas que incluem leite, óleo, farinha, margarina, ovo, cenoura e leite condensado. O resultado foi uma queda de 25% na demanda pelos produtos. De acordo com a empresária, a substituição de ingredientes não foi adotada por estratégia.

“A gente tenta, porém é meio complicado. Optamos por dar prioridade à qualidade do nosso produto e elevar o preço ao invés de diminuir o custo da produção e, consequentemente, a qualidade. Tento negociar de todas as formas possíveis com os fornecedores, mas não conseguimos muita coisa já que para eles também  subiu”, diz.

No caso do milho, a alta ocorreu gradativamente nos últimos dois anos e dobrou de preço depois do início da pandemia, conforme o Indicador do Milho Esalq/BM&FBovespa. Já a unidade do ovo encareceu porque o cereal é um dos principais alimentos da galinha. O economista Luiz Carlos Ongaratto, afirma que não há perspectivas de muitos outros aumentos. A tendência, na perspectiva dele, é de estabilização da inflação.

“O aumento do leite ocorre desde 2020, quando constatamos aumento de custo na produção de laticínios, aliado à inflação que não está ligada à demanda de produtos. No caso dos ovos, a maior procura por esse alimento como substituto de proteínas animais ajuda a entender essa dinâmica mais peculiar”, frisa.

A guerra da Ucrânia também desencadeou efeitos nas plantações e criação de animais com o aumento de fertilizantes, rações e vacinas, por exemplo. Somado a isso, o custo logístico e aumento do diesel entram na conta. O combustível, inclusive, tem tido alta em todo o mundo e existe a possibilidade de restrição para importação por restrições internacionais à Rússia.

A situação é delicada porque a Petrobras não consegue fabricar todo o diesel consumido no Brasil. Na quarta-feira (12), o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, declarou que o País tem estoque do derivado do petróleo suficiente para os próximos 50 dias.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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