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Com reajuste de 7,22% na energia, consumidores e empresários já pensam nos prejuízos

Última atualização 18/10/2022 | 16:32

O aumento de 7,22% no preço da conta de energia em Goiás, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta terça-feira, 18, pegou as 3,26 milhões de unidades consumidoras no estado de surpresa. O valor do serviço, ainda prestado pela Enel, já deve estar mais salgado na conta a partir do dia 22 de outubro. 

Esse reajuste, porém, não foi bem visto pela população. A empresária Silvia Sebastiana da Silva, de 49 anos, por exemplo, paga dois talões de energia em sua empresa. Ao todo, a bolada chega a R$ 4 mil mensais. Com o novo aumento, ela conta que irá ficar no prejuízo, visto que corre riscos de perder clientes caso aumente o serviço prestado pela sua empresa.

“Fazer o quê? Não tem como competir com esses aumentos. É ficar no prejuízo e continuar trabalhando ou repassar o aumento ao cliente e falir. Não sei mais como fazer diante de tantos aumentos. o Jeito é seguir até onde der, ficar parado é que não dá. Se desligar as máquinas para economizar não tem como trabalhar”, exaltou.

Aposta 

Diferente de Silvia, o também empresário Victor Afonso, de 27 anos, diz que irá arriscar é passar o aumento a clientela, mesmo correndo riscos de sofrer prejuízos ainda maiores. 

“A gente precisa acompanhar a inflação. Se a energia ou o material aumenta, a gente também precisa aumentar o serviço. Não para segurar, infelizmente. Hoje eu pago em média R$ 300 reais de energia porque tenho poucas máquinas. Pelo tamanho da minha empresa é caro, mas se não pagar não tem como trabalhar. Estamos na mão dessas empresas”, disse.

Má prestação de serviço

Mãe de duas crianças de 7 e 2 anos, a recepcionista Thais Rocheany, de 34 anos, mora com os filhos e o marido, em Goiânia. Ela conta que passa grande parte do dia fora de casa e mesmo assim precisa desembolsar, em média, R$ 150 por mês para não ficar no escuro.

O aumento para Thais é um ‘escândalo’, principalmente pela má qualidade do serviço prestado pela Enel. Ela conta que já perdeu eletrodomésticos e outros itens eletrônicos devido às quedas de energia durante as manutenções da empresa e temporais.

“Pouco ou não, já é um aumento não esperado, que pesa no orçamento. Por conta disso, vamos ter que cortar alguma coisa. O pior é que o serviço é péssima qualidade, só deixa a desejar. Mês  passado, sem chuva, a energia acabou sem aviso, para uma manutenção que durou mais de 5 horas. É um desrespeito com a população”, contou indignada.

Boletos de energia começam a vir mais caros a partir do dia 22. (Foto: Arquivo pessoal)

Aumento 

Considerando cada tipo de consumidor de energia, o reajuste médio será de 10,84% para consumidores conectados em alta tensão (grandes empresas); 5,81% para consumidores conectados em baixa tensão (pequenas e médias empresas e consumidores rurais), exceto os clientes residenciais e 4,82% para consumidores residenciais.

O reajuste foi influenciado, principalmente, pelos custos para comprar e distribuir energia e pelos encargos setoriais. Já a devolução de tributos pagos a mais pelos consumidores no passado e o aporte da Eletrobras privatizada em um fundo setorial ajudaram a atenuar o reajuste, em especial para os consumidores residenciais e demais conectados em baixa tensão.

Como funciona

As tarifas das distribuidoras de energia são reajustadas anualmente, na data de aniversário do contrato da concessão. Para decidir o índice de reajuste, a Aneel leva em conta custos como para compra, transmissão e distribuição de energia, além dos encargos setoriais e dos efeitos financeiros.

Eventualmente, há medidas que podem atenuar o impacto tarifário, caso neste ano da devolução de tributos pagos a mais pelos clientes das distribuidoras no passado, por exemplo.

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