Comando Vermelho expande atuação para Amapá, Pernambuco e Espírito Santo, totalizando presença em 23 estados, revela relatório da Senapen.

DE se expande para mais três estados em um ano, totalizando
presença em 23, diz relatório da Senapen

No último ano, Amapá, Pernambuco e Espírito Santo passaram a constar na relação
de estados onde a facção atua.

Um relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais
(Senapen) mostra que a facção Comando Vermelho (CV) continua em expansão, 45
anos após seu surgimento no Rio. Segundo o estudo, o grupo criminoso hoje atua
em 23 estados – três a mais do que no ano passado.

No último ano, Amapá, Pernambuco e Espírito Santo passaram a constar na relação
de estados onde a facção atua. A organização criminosa só não tem representantes
no Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e São Paulo – onde
atua o PCC. A quadrilha paulista, segundo o relatório é a única que tem
integrantes em mais estados que o CV, com 24.

O estudo revelou que o CV tem hoje 134 homens com posições de comando espalhados
em presídios do país, o que representa 21% de todos os chefes de facções presos.
O CV controla, também, 125 pavilhões no país.

“Essa expansão do Comando Vermelho, em alguns estados, principalmente para região
norte e nordeste é uma tendência por ser uma organização criminosa que se
caracteriza por ser territorialista. Há talvez um interesse nessas regiões por
serem regiões de fronteira com outros países, fronteira seca mas também pegando
ali a costa do nosso Oceano Atlântico”, diz o diretor de Inteligência
Penitenciária da Senapen, Antônio Glautter.

REFÚGIO PARA CRIMINOSOS DE OUTROS ESTADOS

A expansão do Comando Vermelho pelo Brasil fez do Rio de Janeiro um local
buscado por bandidos dessa quadrilha. Seja pela facilidade de se esconderem ou
por ser aqui a origem da facção, o Rio abriga hoje pelo menos 253 criminosos
foragidos de outros estados.

Só do Pará, são mais de 80 fugitivos. O local é tão estratégico para esses
bandidos que os três homens que comandam o tráfico de drogas naquele estado
vivem no Rio.

Segundo a investigação da Polícia Civil do Pará, Tiago Teixeira Sales, conhecido
como Gato Mestre, atualmente ocupa o cargo que eles chamam de presidente da
facção no estado.

Anderson Souza Santos, o Latrol, tem o cargo de vice e David Pinheiro Palheta, o
Bolacha, é o tesoureiro do Comando Vermelho do Pará. Segundo as investigações,
eles se escondem na Vila Cruzeiro e no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

“A própria topografia do Rio de Janeiro favorece. A desordem urbana, que é a
regra em todo o estado, isso favorece muito que esses faccionados venham para cá
se esconder. Imagina uma operação dessa na Maré, a complexidade que é para
localizar uma pessoa ali dentro, a quantidade de prédios, para baixo, para cima,
você não tem endereço”, diz o secretário de Segurança do Rio, Victor Santos.

O professor de Ciências Políticas Benjamin Lessing, da Universidade de Chicago
(EUA), se especializou em facções criminosas. Ele pesquisa justamente a expansão
do Comando Vermelho pelo Brasil e diz que um dos principais motivos foi a
transferência de chefes do Rio para presídios federais.

“Aqui no Rio de Janeiro temos um único presídio de segurança máxima. O ideal é
que nós tivéssemos pelo menos mais uns dois aqui no Rio. São mais de 43 mil
presos no Rio de Janeiro. Então, a dificuldade de controle disso é realmente o
grande desafio da Seap. Tecnologias que evitem, por exemplo, que o preso
continue mesmo dentro do sistema se comunicando aqui fora através de telefones
celulares”, opina.

“O único objetivo de que se fala é: ‘Vamos acabar com o crime organizado, vamos
acabar com as facções, guerra às facções, combate ao crime”. Mas a ideia de que
você vai acabar com os mercados de drogas, com o tráfico de drogas, é ilusório.
Alguma coisa está dando errado. Vão vai acabar com o crime organizado fazendo
aquilo que está fazendo há 40 anos”, acrescenta.

Na visão do secretário de segurança, mesmo não sendo infalíveis, os presídios de
segurança máxima diminuem a comunicação entre os presos. Essas operações elas vão
ter que continuar ocorrendo. É um risco, é um risco que vamos ter que correr sob
pena de nós termos um narcoestado no Rio de Janeiro. O avanço desses traficantes
e milicianos não pode prosperar. E é isso que as forças de segurança vão fazer.
Vão fazer operações com muita inteligência, com muito planejamento, mas com
muita contundência. Eles não vão ter sossego.

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Policial militar reage a assalto em ônibus no RJ: um morto e um fugitivo

Um membro da polícia militar de São Paulo reagiu a um assalto em um ônibus no Rio de Janeiro. O incidente aconteceu na noite de sexta-feira (10) na Avenida Francisco Bicalho, na região central da cidade. O policial, que estava à paisana, acabou matando um dos criminosos, enquanto o outro conseguiu fugir. As testemunhas presentes no coletivo relataram que dois assaltantes entraram no ônibus e anunciaram o roubo, disparando tiros para o alto e ameaçando os passageiros.

De acordo com os relatos, os criminosos exigiram que as cortinas do veículo fossem fechadas, evitando que as pessoas do lado de fora pudessem ver o que estava acontecendo lá dentro. Foi então que o policial reagiu à ação dos bandidos, resultando na morte de um deles no local. O segundo assaltante acabou ferido, mas conseguiu escapar da cena do crime. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

A imagem descreve a situação em que a polícia militar de São Paulo reagiu a um assalto em um ônibus na região central do Rio de Janeiro. O policial, agindo de forma decisiva, conseguiu neutralizar um dos criminosos, gerando repercussão em toda a região. A ação rápida e corajosa do policial trouxe um desfecho inesperado para a situação de perigo no coletivo, garantindo a segurança dos passageiros e colaborando com o trabalho das autoridades.

Através do relato das testemunhas e dos detalhes do ocorrido, a polícia está empenhada em esclarecer todos os fatos relacionados ao assalto no ônibus. A atuação do policial militar de São Paulo demonstra a importância do trabalho conjunto entre as diferentes unidades policiais para garantir a segurança e a ordem pública. A sociedade reconhece a bravura e o comprometimento das forças de segurança em combater a criminalidade e proteger os cidadãos. O caso do assalto no ônibus serve como alerta para a necessidade de medidas preventivas e repressivas para coibir crimes dessa natureza.

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