Mensagens interceptadas pela Polícia Federal revelaram que o Comando Vermelho realizou um pagamento de R$ 55 mil em notas de R$ 2 para a compra ilegal de bazucas antidrones. Essa transação ocorreu por meio do ex-assessor de Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, que é acusado de fazer câmbio para o tráfico e ser um dos chefes da facção criminosa. A PF descobriu que TH intermediou a transação entre seu ex-assessor Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, também conhecido como Dudu, e Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, homem de confiança de Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, líder do Comando Vermelho no Complexo do Alemão.
Nas conversas interceptadas, Índio se mostrou interessado nos equipamentos antidrones oferecidos por TH, mesmo ciente de que eram ilegais e difíceis de conseguir. Logo após a compra, concretizada com o pagamento em notas de R$ 2, TH e Índio discutiram a entrega dos equipamentos, ressaltando a capacidade dos mesmos em derrubar drones sobrevoando as favelas do Rio de Janeiro. No entanto, problemas com os pagamentos surgiram, com cobranças feitas por TH a Índio, que alegou dificuldades financeiras devido a dívidas no tráfico do Complexo do Alemão.
Em janeiro de 2024, TH cobrou mais uma vez Índio pelo pagamento dos equipamentos, mostrando preocupação com a dificuldade em receber o valor acordado. Nesse contexto, a Polícia Federal interceptou mensagens em que TH pedia para Índio falar com Pezão, líder do tráfico, sobre o pagamento em atraso. Posteriormente, Índio enviou a TH uma foto de blocos de notas de R$ 2, indicando que o pagamento estava sendo feito. A defesa de TH Jóias alega que as acusações são infundadas e que ele é vítima de perseguição política.
Apesar das defesas dos envolvidos negarem as acusações e afirmarem a inocência de seus clientes, as investigações da Polícia Federal continuam em andamento. As transações ilícitas e a ligação entre o tráfico de drogas e políticos como TH Jóias geram preocupações quanto à segurança pública no estado do Rio de Janeiro. A atuação da PF na interceptação de mensagens e na investigação de crimes dessa natureza é fundamental para combater a criminalidade e garantir a ordem nas comunidades afetadas pelo crime organizado. A sociedade espera por uma resposta eficaz e pela punição dos responsáveis por essas ações ilegais.