Comando Vermelho surpreende autoridades com trégua em meio a eventos criminosos: entenda a organização por trás das ações no Rio

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O Comando Vermelho, uma das facções criminosas mais perigosas do Rio de Janeiro, surpreendeu as autoridades ao ordenar uma trégua de sete dias sem guerras e roubo. A ordem foi dada em fevereiro do ano passado, durante a realização do G20 na cidade, e foi revelada pela polícia após interceptar mensagens de Arnaldo da Silva Dias, conhecido como Naldinho, um dos chefes da facção e integrante do Conselho Permanente do CV.

Naldinho, que cumpre mais de 50 anos de prisão por tráfico e homicídio e atua como porta-voz do Comando Vermelho, comunicou aos seus comparsas a solicitação de um “representante das autoridades no Rio” para que a facção mantivesse a trégua durante o evento internacional. A mensagem, enviada em 22 de fevereiro de 2025, destacava a importância de evitar conflitos que pudessem afetar os integrantes da organização.

O relatório da Polícia Federal revelou ainda a participação de Naldinho na resolução de conflitos internos do Comando Vermelho, como na definição dos donos de bocas de fumo e na organização de rifas cujos prêmios eram fuzis. Além disso, o documento apontou a aliança entre o CV e a facção rival Amigos dos Amigos, após mais de duas décadas de guerra entre os grupos.

As mensagens enviadas por Naldinho indicavam também sua participação no planejamento de uma fuga em massa de presos do Complexo de Gericinó, evidenciando a influência e o poder do criminoso dentro da organização. Apesar das tentativas de disfarce, a Polícia Federal conseguiu obter informações importantes sobre as atividades ilícitas do traficante e de seus comparsas.

A descoberta de um túnel inacabado no Presídio Vicente Piragibe, controlado pelo Comando Vermelho, reforçou as suspeitas de que os recursos destinados à obra tenham sido desviados do caixa da facção. No entanto, as investigações ainda estão em andamento para esclarecer o envolvimento de Naldinho e de outros membros do CV em atividades criminosas dentro e fora do sistema penitenciário.

Diante desses fatos, fica evidente a complexidade e a organização por trás das ações do Comando Vermelho no Rio de Janeiro, assim como a necessidade de intensificar as medidas de segurança para combater o crime organizado na região. A colaboração entre as autoridades policiais e o poder judiciário é fundamental para desarticular essas facções e garantir a segurança da população.

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