O ‘combo’ do PL da Anistia com a PEC da Blindagem é considerado um desastre para o bolsonarismo, de acordo com o especialista Carlos Ranulfo. Os atos realizados no último domingo vincularam diretamente uma proposta à outra, criando uma situação delicada para o grupo, mesmo com a PEC da Blindagem tendo recebido votos de políticos tanto da direita quanto da esquerda.

O início da semana não foi fácil para o bolsonarismo, que se viu diante de faturas políticas custosas a apenas 1 ano das eleições. Embora a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro seja essencial para esse grupo, pois conta com o apoio de seus seguidores mais fervorosos, as manifestações recentes associaram a questão da anistia com a PEC da Blindagem.

Essa ligação entre duas propostas consideradas retrógradas para a democracia brasileira trouxe um peso ainda maior para o bolsonarismo. Para o cientista político Carlos Ranulfo, a mensagem transmitida pelas manifestações resultou em um combo desastroso para o grupo, que agora precisa lidar com a ideia de ser o responsável por duas propostas polêmicas.

Ranulfo destaca a preocupação dos bolsonaristas com a associação feita entre anistia e PEC da Blindagem. A mensagem de que há um combo entre essas duas questões, envolvendo tanto a direita quanto o Centrão, é vista como um desastre para o bolsonarismo, que tem como prioridade a anistia ao ex-presidente.

Além disso, o especialista avalia que a Câmara dos Deputados deu um passo negativo ao vincular-se a essas propostas. Apesar de muitos associarem a situação ao Centrão, é o presidente da Câmara, Hugo Motta, quem acaba sendo o rosto desse bloco de partidos. Segundo Ranulfo, o Congresso já enfrenta uma falta de confiança por parte da população, e a decisão tomada pela Câmara só aumenta a revolta das pessoas.

Espalhar as fotos dos deputados que votaram a favor dessas propostas pode causar desgaste político e impactar a imagem dos parlamentares, mas é o presidente da Câmara quem mais sofre com as consequências, de acordo com o especialista.