Combustíveis: “até quem anda de bicicleta sente o aumento”, diz presidente do Sindiposto

combustível

O reajuste anunciado pela Petrobras no último sábado, 18, referente aos preços do diesel (aumento de 14,26% por litro) e da gasolina (5,18%) já era esperado, mas não veio em boa hora. Esta é a análise de lideranças do setor de postos de combustíveis. A escalada dos valores do combustível na bomba impacta não só quem tem veículo, mas toda a população.

“Provoca vários efeitos inflacionários. Até quem não abastece e anda de bicicleta sente o aumento. Principalmente o diesel, que reflete em todos os segmentos e mercadorias, por conta do transporte de cargas e também da agricultura, que consome bastante combustível para manter máquinas colheitadeiras e tratores, por exemplo”, detalha o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás Sindiposto-GO, Márcio Martins.

Ainda segundo Martins, em Goiás, ainda há diferenças de preços entre um posto e outro, principalmente porque o reajuste do combustível foi anunciado no fim de semana, em meio a um feriadão. “Vamos ter posições mais claras [dos preços], após divulgação da pesquisa da Agência Nacional do Petróleo”, explica.

Contexto do reajuste do combustível

Presidente do Sindiposto-GO, Márcio Martins. (Foto: Arquivo pessoal)

Em entrevista ao Diário do Estado na semana passada, Martins havia adiantado que um reajuste do combustível por parte da Petrobras era esperado, já que o preço cobrado pela empresa estava aquém do valor mundial. Ainda assim, o presidente classifica o momento como inoportuno.

“A gasolina não era reajustada há 90 dias e o diesel há mais de 30, então o mercado aguardava este aumento. É ruim porque vem sendo noticiado um esforço do governo para redução do imposto [ICMS] e a Petrobras vem com reajuste na mesma hora. A crítica vem, justamente, porque a Petrobras chamou uma reunião para anunciar o ISSO no meio de um feriado. A gente acredita que poderia ter esperado pelo menos a sanção do projeto do ICMS. O momento foi inoportuno”, comenta.

Depois de ser aprovado pela Câmara, após passar por mudanças feitas pelos senadores, o projeto que coloca um teto no valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) espera, agora, sanção do presidente Jair Bolsonaro. A proposta é que o imposto estadual não ultrapasse os 18% sobre combustível, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

Segundo Martins, o diesel em Goiás não terá impacto com o projeto, já que o ICMS sobre ele já é fixado em 16%. Já o preço da gasolina, cujo imposto é fixado em 30% no estado, seria reduzido. “Na gasolina o impacto seria maior que o reajuste que a Petrobras anunciou”, conclui.

Foto: Walter Peixoto / DE

 

 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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