Comédia de Martins Pena ganha versão goiana

Espetáculo Os Irmãos das Almas será apresentado em Mineiros

Uma comédia clássica do dramaturgo carioca Martins Pena ganhou nova versão e será apresentada no dia 24 de outubro (terça-feira), às 20h, no auditório Frank Green, em Mineiros (Goiás). Com direção de Almir de Amorim, a comédia Os Irmãos das Almas ironiza o uso da religião em proveito próprio.

O projeto busca a aproximação de um dos nossos maiores expoentes da literatura dramática, criando intimidade do clássico de nosso país com um público diverso, na linguagem atual e acessível da comédia brasileira. Aos estudantes proporciona debate sobre o autor, sua obra e a abordagem do grupo.

Os artistas goianos fazem uma montagem atualizada da peça Os Irmãos das Almas. Na comédia, quem manda no marido são a esposa e a sogra. O texto traz também elementos de superstição e, baseando-se neles, o marido vai tentar se impor dentro de casa.

Martins Pena é considerado o primeiro dramaturgo de destaque do País. Em suas comédias ele utiliza a linguagem coloquial para satirizar os desmandos dos políticos e a hipocrisia do clero. Luís Carlos Martins Pena nasceu em 1815, na cidade do Rio de Janeiro. Foi dramaturgo, diplomata e introdutor da comédia de costumes no Brasil. Patrono da cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras, Martins Pena teve suas obras caracterizadas pela ironia e humor, as aventuras e desventuras da sociedade brasileira. Morreu em 1848 em Lisboa, vítima de tuberculose.

No elenco, dirigido pelo dramaturgo Almir de Amorim, estão os atores Mônica Medeiros, Rosana Reis, Tiago Rener, Adryele Muriel, Edson de Oliveira, Rubens Lázaro, Eduardo Babugem, Miron Gonçalves e DaykyLorrane.

Ficha técnica

Peça
Os Irmãos das Almas
Autor – Martins Pena
Direção – Almir de Amorim
Cenário – Enoch Moya
Figurinos – Concepção: Luzia Mello – Confecção: Lindalva/Michelly
Caracterização – Maquiagem e cabelo – Yanco Rufino
Iluminação – Allan Lourenço
Trilha Sonora – Rodrigo Rodrigues
Operador de Trilha Sonora – LomRossman
Preparador Corporal – Adriano Garibaldi
Programação visual – Paula Thais
Registro em DVD e Fotográfico – Yanke Amorim
Assessoria de Imprensa – Eduardo Rocha
Produção Executiva – Luzia Divina Pereira Amorim

Elenco
Mônica Medeiros, Rosana Reis, Tiago Rener, Adryele Muriel, Edson de Oliveira, Rubens Lázaro, Eduardo Babugem, Miron Gonçalves, DaykyLorrane

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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