Comerciante preso por feminicídio disse à polícia que pensou em esquartejar a vítima e jogá-la no rio
Zhaohu Qiu, conhecido como Xau, disse em depoimento que logo desistiu da ideia. Ele confirmou que envolveu o corpo da vítima com uma lona azul. No entanto, após a chegada de seu advogado, comerciante foi orientado a permanecer em silêncio.
1 de 5 Xau ao ser preso em Carapicuíba, em São Paulo, na segunda-feira — Foto: Reprodução
Xau ao ser preso em Carapicuíba, em São Paulo, na segunda-feira — Foto: Reprodução
O comerciante Zhaohu Qiu, conhecido como Xau, suspeito de matar Marcelle Júlia Araújo, de 18 anos, disse em depoimento à polícia que pensou em esquartejar o corpo da jovem e jogá-lo em um rio. No entanto, ele afirma que logo desistiu da ideia.
O depoimento dado à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi obtido pelo DE. Xau deve ser transferido nesta quinta-feira (19) para o sistema prisional do Rio, onde passará por uma audiência de custódia.
No depoimento, o comerciante também confirmou que carregou o corpo de Marcelle em um carrinho e o envolveu com uma lona azul, como mostram imagens do dia do crime. Ele foi preso em São Paulo na segunda-feira (16).
No depoimento, consta que Zhaohu decidiu permanecer em silêncio após a chegada de seu advogado durante o interrogatório.
Por último, alegou ter sido agredido por policiais no caminho entre São Paulo e Rio após ser preso. No entanto, não havia marcas visíveis de agressão, segundo a polícia.
Veja os principais trechos do depoimento obtido pelo DE:
Xau disse que recebeu uma mensagem de Marcelle dizendo que iria fumar maconha em sua casa no dia 12 de junho. Ela chegou por volta das 2h, de bicicleta.
Qiu disse que os dois beberam e fumaram, mas que não mantiveram relações sexuais, nem naquele dia nem em outro momento.
Que ambos dormiram e que, quando acordou, viu Marcelle de boca aberta e com uma marca roxa no pescoço. Ao ser questionado se a enforcou, disse que sim.
Segundo Zhaohu, ele “deduziu” que ela estaria morta, e ficou com “medo dos bandidos e da polícia”.
Ele diz que colocou o corpo de Marcelle em um carrinho e que o cobriu com uma lona azul, para que ela não fosse vista.
Durante o trajeto, o comerciante disse que sentiu o corpo dela rígido. O corpo dela, segundo ele, foi deixado em um outro imóvel que pertencia a ele e estava em obras.
Qiu então afirmou que foi em casa buscar a bicicleta da vítima, e que o item foi jogado no rio.
O comerciante afirmou que, no dia 13, descartou as roupas e o celular de Marcelle no mesmo rio onde a bicicleta foi jogada.
Durante o depoimento, o comerciante não disse se sua casa em obras tinha cachorros ou animais que teriam dilacerado o rosto e outras partes do corpo da jovem, como alegam familiares e amigos de Marcelle.
2 de 5 Homem suspeito de cometer feminicídio na Pavuna puxa carrinho onde estaria o corpo da vítima — Foto: Reprodução
Homem suspeito de cometer feminicídio na Pavuna puxa carrinho onde estaria o corpo da vítima — Foto: Reprodução
Comerciante preso por feminicídio deixa delegacia em São Paulo