Comerciante preso por suspeita de feminicídio presta depoimento
Um comerciante conhecido como “Xau”, suspeito de feminicídio contra Marcelle Júlia Araújo, chegou à Delegacia de Homicídios da Capital por volta das 23h desta terça (17).
O comerciante Zhaohu Qiu, suspeito de feminicídio contra Marcelle Júlia Araújo da Silva, de 18 anos, estava prestava depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital por volta das 10h desta quarta-feira (18).
Após ser preso em Carapicuíba, na Região Metropolitana de São Paulo, ele foi levado de viatura para o Rio de Janeiro e chegou à DH por volta das 23h desta terça-feira (17).
Xau foi transferido de uma delegacia em São Paulo, para onde foi levado após ser preso na segunda (16).
A Polícia investiga se ele continuaria fugindo para outros destinos ou permaneceria na Região Metropolitana de São Paulo.
A possibilidade de fuga serviu como base do pedido de prisão temporária apresentado à Justiça pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado (MPRJ).
A decisão judicial que acatou o pedido de prisão também citou que o suspeito já havia fugido de sua residência no Rio e tinha o risco de ele deixar o país.
A Polícia Civil e o Ministério Público argumentaram que a prisão temporária era “imprescindível para as investigações do inquérito policial”, visando assegurar a obtenção e preservação de provas e a proteção de testemunhas.
RELEMBRE O CASO
O corpo de Marcelle foi encontrado no sábado (14), em uma residência em obras que pertencente ao suspeito, na Rua São Fidélis, Pavuna, na Zona Norte do Rio. Marcelle foi vista pela última vez na madrugada de quinta-feira (12), após ir à casa de Xau.
O corpo da vítima estava enrolado em uma lona azul e, segundo a perícia, mordido por dois cães da raça pit bull que estavam no local.
Uma amiga da vítima informou em depoimento que Xau estaria vendendo seus pertences, incluindo o trailer onde comercializava yakisoba, o que a levou a acreditar que ele planejou o homicídio.
SUSPEITO CONFESSOU FEMINICÍDIO
Uma das testemunhas relatou às autoridades ter visto uma mensagem de texto em que Xau confessava ter matado Marcelle.
O caso veio à tona em 14 de junho, quando a mãe de Marcelle procurou essa testemunha informando que a filha estava desaparecida há três dias.
Conforme os relatos, as duas pessoas foram juntas à casa de Xau que estava em obras. Lá, elas encontraram o corpo de Marcelle enrolado na mesma lona azul que havia sido vista na filmagem. Ele estava sendo atacado por dois cachorros da raça pit bull.
FESTAS COM DROGAS E INDÍCIO DE CRIME PLANEJADO
Outras testemunhas contaram aos investigadores que Xau tinha o costume de convidar meninas jovens para festas com álcool e drogas com a intenção de obter relações sexuais.
Amigos de Marcelle também informaram que Xau era obcecado pela vítima, mas ela não correspondia às suas investidas. Um amigo que morava com Xau na residência principal afirmou ter ouvido barulhos de esganamento na madrugada de 12 de junho e que, desde então, não havia mais visto Xau na região.