Última atualização 08/12/2022 | 15:05
O comércio goiano deve faturar bastante no Natal 2022. As vendas devem aumentar até 14% neste ano comparado ao ano anterior, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO). A explicação é o cenário econômico favorável no estado, o que está deixando o segmento animado com a recuperação pós-pandemia.
“A confiança do empresário está acima do previsto e bem superior ao ano passado. Ao mesmo tempo, a intenção de consumo das famílias está se mantendo em uma trajetória de alta em todas as faixas etárias de diversas rendas. Por outro lado, a taxa de desemprego em Goiás de 2022 deve ser a menor em oito anos, ficando bem abaixo da média nacional. Enquanto nacionalmente o índice está em 8%, aqui no estado estimamos que será inferior a 6%”, explica o consultor de economia e investimento da Fecomércio-GO, Bruno Ribeiro.
Somente na região da 44, o valor de expectativa de vendas chega a R$ 8 bilhões, um aumento também de 14% em relação a 2021, quando a movimentação foi de aproximadamente R$ 7 bilhões. A expectativa é de que mais de seis milhões de pessoas devam passar pelo polo de confecção e distribuição de moda nos próximos três meses, um acréscimo de 500 mil, em relação ao que foi registrado no mesmo período do ano anterior.
Para 2023, o setor empresarial goiano está menos otimista. Segundo Bruno, o “estouro” do teto de gastos pelo governo federal e a possibilidade de “inchaço” da máquina pública representam não apenas dificuldade em baixar juros, mas de reajuste para cima. “Hoje, a taxa está em 13,5% e, a depender da pior das expectativas, pode chegar a 16% e prejudicar bastante o comércio. O empresário tem dificuldade de acesso ao crédito e, ao mesmo tempo, o mercado consumidor tem endividamento passivo maior, resultando em menos vendas”, acredita.
Na contramão de outros estados, Goiás deve ser menos afetado pelas dificuldades no próximo ano. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano é de 5%, equivalente a 50% a mais comparado à média nacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Se o comércio vende mais, temos mais empregos, o poder aquisitivo da população aumenta e reduz as dívidas. Acreditamos que será uma oportunidade para que o estado se destaque em relação aos demais e nacionalmente, como tem sido nos últimos anos. Por mais que momentos delicados possam acontecer, Goiás está preparado para assumir liderança nacional”, completa Bruno.