Integrantes da Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara Municipal de Goiânia visitaram nesta quarta-feira, 8, as três maternidades da rede municipal de saúde da capital. A presidente da comissão, vereadora Kátia Maria (PT), e o vereador Igor Franco (Solidariedade) se reuniram com diretores, conversaram com profissionais das unidades, pacientes e vistoriaram as estruturas do Hospital e Maternidade Dona Iris, da Maternidade Célia Câmara e da Nascer Cidadão.
“A saúde da mulher é uma das nossas prioridades e, nesse 8 de março, resolvemos visitar as maternidades para ver de perto como está a estrutura e o atendimento às mulheres”, explicou Kátia Maria. “Queremos garantir saúde pública de qualidade para todos e vamos percorrer todas as unidades da rede, os CAIS, CIAMS, UPAs… e cobrar da prefeitura eficiência e qualidade no serviço prestado”, completou a vereadora.
Atualmente as maternidades municipais de Goiânia são administradas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc) em convênio com a Secretaria Municipal de Saúde. Segundo os diretores das unidades, os repasses financeiros tem sido cumpridos, mas há uma dívida entre a secretaria e a fundação que prejudica o funcionamento. Em setembro do ano passado, a Fundahc e a secretaria estabeleceram um cronograma para regularizar a questão financeira das três unidades, mas ainda existe um passivo a ser sanado. “Esse foi um dado novo que tomamos conhecimento e vamos sentar com a direção da Fundahc para entender melhor essa dívida para cobrar do secretário esses repasses”, afirmou Kátia, lembrando que na próxima semana o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, estará na Câmara para apresentar o balanço do último quadriênio.
Outro problema detectado pelos vereadores foi em relação à alta demanda e a capacidade de atendimento das unidades. “Há uma disparidade grande entre as três. Na Dona Iris e na Nascer Cidadão a capacidade de atendimento está no limite enquanto a Maternidade Célia Câmara, que é nova e muito bem estruturada, está subutilizada por falta de equipamentos e pessoal”, apontou Kátia.
Com 176 leitos e 15 mil metros quadrados de área construída no setor Vera Cruz, a Maternidade Célia Câmara foi inaugurada em dezembro de 2020 e até hoje tem grande parte de sua estrutura ociosa por falta de mobiliário, equipamentos para exames e procedimentos cirúrgicos e até mesmo profissionais. Enquanto isso, na Nascer Cidadão, a mais antiga das unidades, com 22 anos de funcionamento, alguns ambientes estão improvisados em containers porque a reforma que seria feita na unidade está parada desde 2019. “A demanda na Nascer Cidadão cresceu e a estrutura não acompanhou. Há falta de espaço, ambientes improvisados e um centro cirúrgico que não atende mais às normas adequadas”, afirmou a vereadora.
Segundo a vereadora, a Comissão fará novas visitas e acompanhará de perto a questão do atendimento nas maternidades e, principalmente, da dívida da secretaria coma Fundahc. “A fundação, que faz a gestão dos hospitais, tem cumprido o papel, mas a prefeitura não. Vamos continuar atentos e fiscalizando essa questão financeira e estrutural para garantir às gestantes um atendimento adequado e de qualidade”, concluiu a presidente da Comissão de Saúde.