Comissão de vereadores investiga irregularidades na Saúde em Goiânia

Comissão deve pedir à prefeitura a instalação de processo administrativo para apurar porque os três médicos escalados para trabalhar no Ciams do Novo Horizonte na manhã desta segunda-feira (30/10) não estavam atendendo

A Comissão Especial de Inquérito, que investiga irregularidades na Saúde em Goiânia, deve pedir à prefeitura a instalação de processo administrativo para apurar porque os três médicos escalados para trabalhar no Ciams do Novo Horizonte na manhã desta segunda-feira (30) não estavam atendendo. A justificativa da diretora da unidade é que dois profissionais estão de atestado médico e um teria sido descredenciado.

Segundo o relator da CEI, Elias Vaz (PSB), a situação precisa ser apurada. “Nós encontramos vários pacientes sofrendo à espera de atendimento enquanto os médicos que ganham para isso simplesmente não foram trabalhar. Esses pacientes são jogados de uma unidade para outra e ainda saem sem ser atendidos” afirmou.

Durante a primeira diligência da CEI da Saúde, na manhã desta segunda-feira (30), os vereadores detectaram outros problemas, como a falta de remédios, principalmente antibióticos e corticoides. A CEI também observou o descumprimento da lei municipal que determina a divulgação, na entrada da unidade, da escala de médicos de plantão.

“As pessoas muitas vezes sem condições percorrem diversas unidades de atendimento à saúde em Goiânia, sem sucesso. Quando conseguem agendar uma consulta, se deparam com unidades sem médicos. Estamos falando de vidas. Não tem como esperar, é preciso que haja atitudes urgentes e corretas para solucionar esse caos da saúde”, disse Clécio Alves, presidente da CEI.

Segundo Clécio Alves, as diligências serão realizadas semanalmente. “É uma forma de identificar os maiores problemas enfrentados pelos pacientes da rede pública de saúde na capital”, afirmou. A próxima será na quarta-feira (1°), às 7 horas, em local que será divulgado apenas no momento de saída dos vereadores.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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