Primeiros socorros emocionais: o que fazer quando alguém está em crise
Ansiedade, pânico, crises: como agir com cuidado e segurança.
Imagine que uma pessoa ao seu lado começa a chorar sem parar, fica com falta de
ar ou entra em pânico. Você saberia o que fazer? Os chamados primeiros socorros
emocionais são medidas simples, mas fundamentais, para acolher alguém em
sofrimento psíquico até que a ajuda profissional possa ser acionada.
“Todo mundo pode — e deve — aprender a agir com empatia nessas situações.
Ninguém precisa ser psicólogo para oferecer apoio inicial e respeitoso”, explica
a professora Iara Giraldi, psicóloga e docente das Faculdades Pequeno Príncipe
(FPP).
Como reconhecer uma crise emocional?
As manifestações podem variar bastante: afastamento social, olhar perdido, choro
incontrolável, hiperventilação, sensação de sufocamento, tremores, dificuldade
de raciocinar, sudorese, entre outros. “Algumas pessoas descrevem como se
estivessem ‘desligando’ ou perdendo o controle da própria mente e corpo”, afirma
Iara.
Segundo a professora, o importante é estar atento a mudanças súbitas de
comportamento e não minimizar o que a pessoa está sentindo. “Frases como ‘isso é
frescura’ ou ‘pensa em coisa boa’ só aumentam a sensação de isolamento.”,
explica.
O que fazer — e o que evitar
Acolher, escutar e proteger são as ações centrais dos primeiros socorros
emocionais. Veja algumas orientações práticas da FPP:
* Permaneça com a pessoa e diga que ela não está sozinha.
* Ofereça um lugar seguro e calmo, se possível.
* Fale com calma, usando frases curtas e positivas, como: “você está segura” ou
“estou aqui com você”.
* Evite julgamentos, conselhos rápidos ou minimizar a situação.
* Não toque sem permissão. Muitas pessoas em crise se assustam com o contato
físico.
* Se necessário, acione ajuda especializada, como o SAMU, UPA, Pronto Socorro e
Hospitais.
E depois da crise?
“Um episódio como esse nunca deve ser ignorado. É fundamental que a pessoa seja
orientada a buscar acompanhamento psicológico ou psiquiátrico”, afirma Iara.
“Crises não são sinais de fraqueza, mas de que algo precisa de atenção”.
Para quem convive com alguém em sofrimento emocional frequente, a dica é buscar
orientação profissional também como rede de apoio. “Cuidar de quem cuida também
é essencial”.
A professora ainda destaca sobre cuidados a serem realizados após colocar a vida
em risco. “No livro ‘A crise suicida’, do professor Neury Botega, são destacados
pontos de atenção e maneiras de conduzir após essa situação, como: manter o
paciente seguro, esclarecimento e apoio aos familiares, monitorar e obter
colaboração com apoio profissional adequado, discussão clínica e supervisão, bem
como manter o paciente estável diagnosticando transtornos mentais, o estresse
crônico e acompanhar a adesão ao tratatmento.”, explica.
2 de 2 BOTEGA, Ney Roberto. Crise suicida: avaliação e manejo. 2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2015. Figura 6.1 – Sequência de ações que compõem um plano
terapêutico geral de amparo na crise suicida. — Foto: Divulgação
BOTEGA, Ney Roberto. Crise suicida: avaliação e manejo. 2. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2015. Figura 6.1 – Sequência de ações que compõem um plano terapêutico
geral de amparo na crise suicida. — Foto: Divulgação
Saúde mental é cuidado diário
A FPP defende que saúde mental é parte do cuidado integral com o ser humano. “Na nossa
formação, preparamos os estudantes para acolher de forma ética e humana, inclusive em
situações de emergência emocional”, diz a professora Iara.
E deixa um recado final: “Saber agir com empatia pode salvar vidas. Às vezes, o
primeiro passo é só dizer: ‘você não está sozinho’.”.
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