Como será o julgamento do recurso do Lula

Porto Alegre é a “capital jurídica” do país até o final do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (24) pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O TRF julga o recurso apresentado pela defesa do petista contra a condenação de 9 anos e seis meses de prisão no caso do triplex do Guarujá, determinada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara de Curitiva, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, na primeira instãncia da Justiça Federal.

A votação de quarta-feira, contudo, não deverá determinar, de imediato, o que acontecerá com o ex-presidente nas esferas eleitoral e criminal. Se confirmada a condenação, a possibilidade de novo recurso ao próprio tribunal ou a instâncias superiores ainda deverá adiar, por mais algum tempo, a definição sobre o direito ou não do ex-presidente concorrer à Presidência da República. Caso o recurso seja indeferido, ou seja, não acatado, Lula pode inclusive receber ordem de prisão.

Manifestações contra e a favor do ex-presidente movimentam Porto Alegre desde o início da semana e prometem barulho durante o julgamento do recurso. Três quilômetros é a distância que separa as duas manifestações: Pró e contra Lula na capital gaúcha.

Caso o recurso seja deferido (aceito pela Justiça), e Lula for absolvido, o Ministério Público pode recorrer para manter a condenação.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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