A Concessionária Novo Mercado, responsável pela revitalização do Complexo Cantareira, composto pelo Mercado Municipal e Mercado Kinjo Yamato, no Centro de São Paulo, enfrenta mais um atraso na entrega das obras. Inicialmente previstas para junho de 2023 e posteriormente para novembro deste ano, as obras agora têm previsão de entrega apenas para agosto de 2025. O atraso já se arrasta por um ano e cinco meses, e a concessionária justifica que questões burocráticas interferiram no cronograma.
Segundo a concessionária, o atraso se deve a problemas burocráticos que impactaram o processo de entrega das obras. O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) foi apontado pela prefeitura como responsável pelo atraso, alegando que a aprovação da reforma ocorreu somente em agosto deste ano. O contrato de concessão assinado em 2021 previa um investimento total de R$ 88 milhões até o final de 2023, sendo que R$ 16 milhões foram investidos no ano passado e está previsto um investimento de R$ 45 milhões para este ano.
O pacote de reformas no Mercadão inclui a instalação de três geradores, pintura do telhado, substituição de 6.000 m² de piso e a ampliação do mezanino em 2.000 m², com previsão de abertura de 10 novas lojas. O Mercado Kinjo Yamato também passará por reformas, como a restauração do telhado, a cobertura com policarbonato e a manutenção do piso de paralelepípedo. A fachada do Mercadão ainda aguarda a aprovação do projeto por órgãos de proteção ao patrimônio.
Após apagões pontuais no ano passado e a falta de geradores de emergência, a concessionária anunciou medidas como a construção de uma nova passarela no mezanino, 17 novos boxes e a abertura das portas para as ruas Barão de Duprat e Carlos de Souza Nazaret, previstas para serem entregues até novembro. No entanto, ainda não há previsão para a conclusão dessas obras. A fiscalização do Tribunal de Contas do Município (TCM) cobrou explicações da prefeitura de São Paulo sobre os problemas no Mercadão, como a presença de animais, insetos, lixo acumulado e alagamentos.
A concessão do Complexo Cantareira foi realizada em 2021, com prazo de 25 anos para a Concessionária Novo Mercado, que deveria investir R$ 88 milhões em reformas até 2023. Em março, após os problemas com roedores e alagamentos, o presidente do Consórcio Novo Mercado afirmou que a situação piorou com as obras no Rio Tamanduateí e que questões com os ratos já tinham sido resolvidas. Ainda há pendências com órgãos de proteção em relação aos projetos de reforma. A expectativa é que, após a aprovação, o investimento na revitalização do local ultrapasse os R$ 88 milhões inicialmente previstos.