Complexo Esportivo do Ibirapuera: Obras geram divergências entre Exército e Prefeitura de SP

Complexo Esportivo do Ibirapuera: obras do Exército geram divergências

Após o Iphan aprovar o tombamento definitivo da área, a Prefeitura de SP emitiu
alvará para construção de um prédio de 14 andares no entorno

São Paulo – Apesar de o Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, também conhecido como Complexo Esportivo do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, ter sido tombado definitivamente, o Exército começou a fazer obras no entorno da área. A Prefeitura de São Paulo permitiu que os militares ergam um prédio de 14 andares na região, com 42 metros e mais de 70 unidades residenciais.

Em 12 de novembro, o centro recebeu o título de Patrimônio Cultural Brasileiro por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Segundo o colegiado, a altura máxima liberada para construções na área é de 15 metros.

No entanto, a Prefeitura de São Paulo autorizou que o Exército construa um edifício de 14 andares no entorno do centro esportivo. O tombamento ainda não foi homologado. O Iphan notificou a Prefeitura Municipal de São Paulo, em 9 de dezembro, sobre o tombamento definitivo.

O Complexo Esportivo do Ibirapuera foi tombado em fase de homologação

Procurado pelo DE, o Iphan informou que, como em qualquer caso definitivo, a conformidade do processo será analisada juridicamente para que então o tombamento do Complexo Esportivo do Ibirapuera seja homologado. Além disso, assegurou que notificou a Prefeitura de SP, em 9 de dezembro, de que qualquer intervenção na área deve ser avaliada pelo instituto federal.

“O Instituto ressalta que não houve autorização para a referida obra e que exerce poder fiscalizatório sobre os bens tombados, de forma a assegurar sua integridade e, assim, preservar o valor cultural, finalidade principal do tombamento. Importante reforçar que o tombamento definitivo não incide sobre o modelo de gestão do bem nem sobre sua propriedade”, destacou a autarquia.

Alvará da Prefeitura de SP

A Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) confirmou que recebeu a notificação do Iphan. “A Prefeitura está elaborando a resposta ao órgão, considerando a ausência de manifestação técnica que justifique a alteração da área de tombamento do entorno”, argumentou, em nota.

A gestão municipal justificou ainda que o alvará para as obras no complexo esportivo foi emitido regularmente. “A comunicação do tombamento não considera a conclusão de todos os processos administrativos exigidos para sua efetivação”, completou.

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Economia do pacote fiscal é reduzida em R$2 bi, aponta Ministério da Fazenda

O Congresso diminuiu em R$ 2 bi o impacto do pacote fiscal, segundo aponta a Fazenda. Pela manhã, o ministro da Fazenda havia estimado que o encolhimento seria de R$ 1 bilhão. No entanto, a economia esperada nos próximos dois anos deve chegar a R$ 69,9 bilhões.

O Ministério da Fazenda divulgou, na noite de sexta-feira (20/12), uma nota técnica sobre a aprovação do pacote de corte de gastos. Os técnicos do órgão calcularam em R$ 2 bilhões a redução na economia das medidas em relação à projeção inicial do governo federal ao Congresso. A economia somada nos anos de 2025 e 2026 era prevista inicialmente em R$ 71,9 bilhões, mas foi ajustada para R$ 69,9 bilhões com as modificações dos parlamentares.

Em uma entrevista pela manhã, o ministro Fernando Haddad mencionou que as mudanças iriam diminuir o impacto do pacote em aproximadamente R$ 1 bilhão. Ele ressaltou que isso representa uma redução no total de R$ 70 bilhões em dois anos. Entre as reduções no pacote de gastos estava a retirada da alteração na correção do Fundo Constitucional do Distrito Federal, resultando em uma economia de R$ 800 milhões para o governo federal.

Além disso, as restrições aos “super-salários” no serviço público também geraram resistência no Parlamento, especialmente por parte de membros do Poder Judiciário. Houve um lobby na Casa para evitar a implementação dessas sanções. Quando o pacote de gastos foi lançado, o mercado reagiu de forma negativa devido ao anúncio da ampliação da isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil, o que acarretaria em uma renúncia fiscal.

Nos dias seguintes, o dólar disparou e atingiu recordes sucessivos, chegando a uma máxima histórica de R$ 6,26. No entanto, encerrou a semana valendo R$ 6,07, após uma atuação mais efetiva do Banco Central, com leilões de dólares, e a aprovação do texto de corte de despesas na Câmara e no Senado. Haddad já mencionou a possibilidade de novas medidas de restrição de despesas e defendeu que a revisão de gastos deve ser uma prática constante e não algo extraordinário.

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