Complexos da Penha e do Alemão: primo lamenta tragédia em operação policial; vítima era pai de família e trabalhador

‘A pessoa não tem coragem de contar para o filho dele o que aconteceu’, diz primo do falecido jardineiro em operação policial

As forças de segurança se mobilizaram para os complexos do Alemão e da Penha. Carlos André Vasconcellos dos Santos — Imagem: Arquivo pessoal

“A pessoa não tem coragem de contar para o filho dele o que aconteceu. O menino de 5 anos pensa que o pai está no trabalho.”

Essas palavras são da vendedora Tatiana dos Santos, prima do jardineiro Carlos André Vasconcellos dos Santos, de 35 anos, que foi baleado e morto próximo ao BRT da Penha, durante uma operação policial nos Complexos da Penha e do Alemão. Ele estava tomando café quando foi atingido.

Residente em uma área conhecida como 4 Bicas, Carlos André se levantou às 4h30 e, no momento em que foi atingido nas costas, estava a caminho do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Horto, na Zona Sul do Rio, para mais um dia de trabalho.

“Ele estava se dirigindo ao trabalho. Era um pai incrível, um superpai. Era trabalhador. Acordava diariamente às 4h30 e ia pegar o ônibus para a Zona Sul. Seu filho de 5 anos ainda não está sabendo”, relatou Tatiana.

Moradores do Complexo do Alemão, no Rio, descrevem um intenso tiroteio na região.

De acordo com a vendedora, a filha de 10 anos de Carlos André, que mora em outro estado, estava planejando passar alguns dias com o pai. Enquanto isso, Carlos André estava cuidando da esposa, que estava em tratamento por suspeita de câncer de mama.

“A minha prima está desolada. Ela já está lidando com um problema difícil [esperando o resultado de uma biópsia] e precisou se submeter à retirada da mama. E agora, essa tragédia”, lamentou Tatiana.

A OPERAÇÃO

As forças de segurança do Rio de Janeiro deram início a uma grande operação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da cidade. Desde o fim da madrugada, tem sido registrados intensos tiroteios.

Além de Carlos André, um policial militar também foi atingido e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas. O estado de Diogo Marinho Rodrigues Jordão, do Batalhão de Choque, era considerado gravíssimo. Além deles, um jovem de 21 anos foi baleado dentro de sua casa e levado ao Getúlio Vargas. Ele estava em estado estável.

De acordo com informações obtidas pela TV Globo, pelo menos 500 agentes foram mobilizados. A Polícia Militar concentrou seus esforços na Penha, enquanto a Polícia Civil atuou no Complexo do Alemão. O objetivo da operação é conter o avanço das facções criminosas e combater o roubo de veículos e de cargas.

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