A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) registra, todos os meses, uma média de 48 acidentes com garis, causados por objetos perfurocortantes mal-acondicionados junto ao lixo doméstico. Itens como vidros quebrados, lâminas de barbear, pregos, agulhas de seringas e espetos de churrasco soltos podem rasgar os sacos e ferir os trabalhadores durante a coleta.
Segundo a assessora da Comunicação de Acidentes do Trabalhador (CAT) da Comurg, Valéria Oliveira, os afastamentos de servidores do trabalho por acidentes durante a coleta podem durar até oito meses.
“Os casos em que caco de vidro, por exemplo, atinge veias e tendões são mais graves e demandam mais tempo de recuperação”, explica.
Valéria conta que os acidentes prejudicam não apenas os coletores, mas a própria coleta de lixo da cidade.
“Com menos coletores em atividade, acaba havendo uma sobrecarga e o serviço se torna mais lento. Se em um único dia eram atendidos três setores inteiros, a execução pode cair para apenas um”, detalha a assessora.
O coletor Adriano Monteiro sofreu um acidente com agulha de seringa recentemente. Ele passou por exames e está usando medicamentos para prevenir infecções e doenças.
“É um tipo de acidente que pode ser evitado e que prejudica muito a gente. Eu vou ficar 28 dias tomando coquetel, que são remédios fortes”, lamenta o colaborador.
O coletor Renato Rodrigues, que também já foi ferido durante a coleta, revela como deve ser feito o descarte de itens perfurocortantes de maneira a preservar a integridade física dos garis. “Basta colocar os objetos dentro de uma garrafa pet ou caixa de leite e escrever por fora o aviso de perigo. Nós iremos entender o recado. É um ato simples e muito eficaz”, comenta.
O presidente da Comurg, Alisson Borges, alerta que o descarte de agulhas exige um cuidado maior. “As seringas podem ser colocadas no lixo normal. Já as agulhas deve ser juntadas em recipientes fechados, como garrafas pet, e entregues nas unidades de saúde e hospitais”, pontua.