O vereador Elias Vaz (PSB) se reuniu com representantes da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) para discutir o pagamento de quinquênios muito acima dos salários, o que faz com que alguns funcionários com salários de cerca de R$ 2 mil cheguem a receber R$ 24 mil. De acordo com o vereador, os altos gastos com remunerações fazem com que a Comurg represente 30% de toda a folha de pagamento da Prefeitura.
“Há um consenso entre a Câmara Municipal, a presidência da Comurg e a direção do sindicato de que é necessário fazer justiça na companhia, ou seja, temos que preservar os milhares de trabalhadores que estão na base da pirâmide e enfrentar as distorções que produzem os supersalários”, disse o pessebista.
Estavam presentes os vereadores Cabo Senna (PRP), Juarez Lopes (PRTB), Izídio Alves (PR), Kleibe Morais (PSDC), Paulo Magalhães (PSD), Priscilla Tejota (PSD), Rogério Cruz (PRB), Vinicius Cirqueira (PROS) e Zander Fábio (PEN). Eles defenderam a manutenção da companhia, rebatendo as críticas de que vereadores querem acabar com a companhia. Todos concordaram com a proposta de criar um teto para os ganhos de quinquênios e, dessa forma, limitar apenas os salários com ganhos muito altos, preservando quem ganha os menores salários, como os trabalhares da limpeza e manutenção.
Elias Vaz encaminhou ontem (23) pela manhã um requerimento convocando o ex-presidente e atual diretor da Comurg, Ormando José Pires Júnior, para comparecer à Câmara nos próximos 15 dias. O vereador quer saber por que foi autorizado aos chefes a liberar os servidores ontem (22) para uma manifestação na porta da companhia no momento em que uma comissão de vereadores iria visitar o presidente para conversar sobre o assunto tratado na reunião de hoje.
O presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Pública e Ambiental, Coleta de Lixo e Similares de Goiás (Seacons-GO), Rildo Ribeito de Miranda, disse que procurou Elias Vaz para desmentir rumores de que o sindicato era contra as mudanças propostas. Contudo, ele salientou que é preciso preservar o salário de quem ganha menos e concordou com a proposta do teto. Ele disse também que a ideia será apresentada numa assembleia a ser realizada no dia 28.
Já o presidente da Comurg, Denes Pereira, elogiou a Câmara no empenho em tentar resolver o problema antigo da companhia, que é a distorção de salários. “Em hora nenhuma a Câmara foi propor à presidência da Comurg tirar direitos de trabalhadores, principalmente dos mais humildes. Todos os vereadores foram unâmines ao falar comigo: os direitos de quem trabalha no sol e na chuva tem que ser mantidos”. Se referindo à reunião de hoje, ele disse que “este é o caminho, é com a discussão dessa qualidade que a Câmara Municipal realiza hoje que encontraremos a solução”.
Ele rebateu as críticas de que a companhia gasta muito mais do que empresas municipais semelhantes do Brasil. “A Comurg não faz só a coleta de lixo e varrição, ela também constrói e faz a manutenção de praças, faz roçagem e recuperação dos ribeirões. A Comurg cuida de quase tudo na cidade”, disse ele.