Concurso de ‘melhor roedor de pequi do mundo’ agita festa tradicional em Montes Claros
Competição inusitada reuniu 16 participantes e celebrou o fruto símbolo do Norte de Minas com humor, culinária típica e atrações culturais
No Diário do Estado, a 30ª Festa Nacional do Pequi agitou o centro de Montes Claros neste sábado (8) com música, exposições e uma das atrações mais aguardadas pelo público: o concurso de “melhor roedor de pequi do mundo”. A competição, realizada na Praça da Matriz, reuniu 16 participantes que se enfrentaram em uma disputa animada para ver quem conseguia roer o maior número de frutos em 10 minutos.
Durante a prova, não bastava quantidade: os jurados também avaliavam a “qualidade da ruída”, considerando se os competidores sujavam os dedos, a boca e os dentes – marcas típicas de quem realmente conhece o ritual de comer pequi.
> “Os juízes analisam tudo: dentes sujos, beiço sujo, dedos sujos. Isso é roer pequi de verdade”, explicou o organizador do concurso, Fred Rocha.
Ao final da disputa, a policial militar Jaqueline Silva Batista foi declarada vencedora da edição com 54 pequis roídos. Ela recebeu como prêmio um voucher de R$ 500 para consumir no bar do organizador e um saco cheio de pequi.
> “Achei uma coisa que eu sou boa: roedora de pequi. Tava aí na batalha, mas descobri que sou boa mesmo. Se não ganhasse o título, já estaria feliz só pela experiência. Mas ganhei!”, comemorou.
Além do concurso, a festa contou com mais de 15 barracas de comidas típicas, com destaque para o tradicional arroz com pequi. Exposições também foram realizadas no Centro Cultural Hermes de Paula, reforçando o caráter cultural do evento, que celebra um dos maiores símbolos do Norte de Minas.
O cantor e compositor Paulinho Pedra Azul participou da festa e relembrou a infância marcada pelo consumo do fruto.
> “Meu pai comprava sacas enormes de pequi. Minha mãe fazia com arroz, com carninha cortadinha. É um costume cultural nosso, maravilhoso.”
Entre os participantes, o clima era de descontração e valorização da identidade regional. O arquiteto Rafael Pimenta Borel contou que nunca havia comido tanto pequi na vida. “Mas foi ótimo. O negócio é a qualidade, os dentes estão todos sujos!”
A animação tomou conta e o público reagiu com entusiasmo. “Teve roedor de pequi de todo jeito. Foi muito engraçado ver o povo roendo. Mostrou o gosto forte do nosso fruto e o povo se divertindo”, comentou o químico Ted Marques.
Para os organizadores, além do aspecto irreverente, a competição tem um objetivo claro: valorizar o fruto e a cultura do Cerrado mineiro.
> “Através de um evento tão inusitado, a gente leva para o mundo o nosso ouro. O pequi é uma iguaria que representa a força do Norte de Minas e da nossa gastronomia”, afirmou Fred Rocha.




