Condenação histórica: réus por ‘guerra de facções’ no Pará recebem penas de até 71 anos

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Justiça condena réus por ‘guerra de facções’ dentro de presídio no Pará

Crime, em 2019, deixou três mortos e nove feridos. Dez réus seguem presos e quatro poderão recorrer em liberdade.

Uma decisão histórica foi tomada pelo Tribunal do Júri na noite de quinta-feira (22), condenando 8 dos 14 acusados de participação na chacina que resultou na morte de três pessoas e no ferimento de nove no Centro de Recuperação de Redenção, localizado no sul do Pará. O julgamento foi transferido para o fórum de Belém, no bairro Cidade Velha, por questões de segurança e foi presidido pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima.

O ocorrido em 12 de maio de 2019 foi o desfecho de um conflito entre facções rivais dentro das instalações prisionais. As penas aplicadas aos oito condenados por homicídio variam de 17 a 71 anos de reclusão, acompanhadas de períodos adicionais de detenção. Mayckson Leandro dos Santos, Julimar de Jesus Santos, Marcos de Sousa Araújo, Alexandro de Sousa Silva, Maikon Reis Souza, Ruan Gilson da Silva, Gildevan Soares Barros e Jheison Azevedo Jocoski estão entre os principais condenados.

Os outros seis réus também receberam condenações, porém, com penas menores, e inicialmente cumprirão parte da pena em regime semiaberto. Apenas um dos acusados receberá a pena diretamente em regime semiaberto, enquanto os demais deverão permanecer presos conforme decreto de prisão preventiva.

A tragédia que se desenrolou no Centro de Recuperação de Redenção ocorreu durante um conflito entre facções que culminou na morte de três indivíduos e no ferimento de outros três. O detento conhecido como “Baiano”, transferido da Bahia para Redenção, foi vítima fatal do ocorrido, inaugurando as hostilidades entre as facções PCC e outras.

Além disso, um dos muros envolvidos no conflito resultou na morte de um suspeito de assassinar o irmão de um líder de facção rival. As autoridades do presídio precisaram negociar com a OAB, a Promotoria de Justiça, o juiz da comarca de Redenção e a direção da unidade prisional para libertar os reféns após o conflito.

Em um desfecho marcante, foi decidido que 10 dos 14 condenados permanecerão sob prisão preventiva, enquanto os outros 4, Alessandro Silva Sousa, Lucas Malta Pereira, Quesio Soares Maranhão e Vinicius da Conceição, terão o direito de recorrer em liberdade, com alvarás de soltura expedidos. Um capítulo sombrio na história do sistema prisional paraense chega a um desfecho com as decisões tomadas pelo Tribunal do Júri.

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