Lutador e motorista de app condenado por estuprar passageira é preso novamente, no Ceará
Edilson Florêncio da Conceição, de 48 anos, foi condenado a 8 anos e dois meses de prisão, mas tinha recebido o benefício de recorrer em liberdade. Agora, a pena foi aumentada e ele deve recorrer na cadeia.
Veja o momento em que Edilson Moicano é preso
O lutador de MMA e motorista de aplicativo Edilson Florêncio da Conceição, conhecido como Edilson Moicano, foi preso novamente nesta sexta-feira (7). Condenado por estupro de vulnerável, ele havia obtido o direito de recorrer em liberdade. No entanto, uma nova decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) revogou o benefício e determinou a prisão preventiva do réu.
Edilson foi condenado em janeiro deste ano, mas pelo tamanho da pena, em junho ele recebeu o direito de recorrer em liberdade. A soltura de Edilson causou polêmica após a vítima, a empresária Renata Coan, denunciar nas redes sociais que o agressor, mesmo condenado, havia sido solto.
Empresária estuprada por motorista em saída de festa fala sobre soltura do condenado
Relembre: o crime aconteceu em 19 de janeiro de 2025 na saída de uma festa no bairro Edson Queiroz. A empresária havia chamado um carro por aplicativo para retornar à sua residência. No trajeto, o motorista, Edilson, desviou o caminho para um matagal, imobilizou a jovem com um golpe conhecido como “mata-leão”, deixando-a inconsciente, e consumou o estupro.
Na decisão do TJCE, Edilson também teve a pena aumentada para 11 anos e 8 meses.
Em nota enviada à TV Verdes Mares, os advogados de Renata comemoraram a reforma da condenação inicial.
“Entendemos que, com essa decisão, a injustiça da sentença anterior foi corrigida, reafirmando o compromisso do Poder Judiciário com a proteção da vítima, sra. Renata Coan, da sociedade e de todas as mulheres. Trata-se de uma decisão que restabelece a ordem pública e representa um passo importante no combate à violência contra a mulher”, disseram os advogados Luiz Nogueira e Rodrigo Abud.
A defesa de Edilson foi procurada, mas afirmou que não vai se manifestar.
Edilson Florêncio da Conceição teve a pena aumentada. — Foto: Reprodução
JULGAMENTO
No julgamento, ocorrido no início de junho (cerca de 5 meses após o crime), a juíza Adriana Aguiar Magalhães, titular da 5ª Vara Criminal de Fortaleza, condenou Edilson a 8 anos de prisão por estupro de vulnerável, pois a vítima estava alcoolizada, e 2 meses de detenção por resistir à prisão.
Como Edilson já estava preso há 4 meses e 12 dias, o prazo para o cumprimento da detenção por resistência já foi cumprido, restando 7 anos, 9 meses e 18 dias de prisão, a ser cumprido inicialmente em regime semiaberto.
Apesar da condenação, a juíza permitiu que Edilson Moicano recorra ao processo em liberdade, por ser réu primário e possuir bons antecedentes. “Concedo ao réu o direito de recorrer em liberdade, em razão de sua primariedade e bons antecedentes, que o autorizam a aguardar o desfecho de eventual recurso em liberdade”, diz um trecho da decisão da juíza Adriana Magalhães.
Edilson Florêncio da Conceição, conhecido como Edilson “Moicano”, foi preso por estuprar uma mulher na saída de uma festa em Fortaleza. — Foto: Instagram/ Reprodução
Motorista de app condenado por estuprar passageira em Fortaleza é solto por ordem da Justiça — Foto: Reprodução
A decisão que levou à soltura de Edilson causou a indignação de Renata Coan, vítima de Edilson, que publicou um vídeo falando sobre o caso, pedindo ajuda para que o estuprador voltasse à prisão. O vídeo obteve milhões de visualizações.
‘MAGISTRADOS DEFENDEM JUÍZA QUE LIBERTOU CONDENADO POR ESTUPRO E DIZEM QUE DECISÃO FOI TÉCNICA’
Empresária Renata Coan Cudh, vítima de Edilson, falou pela primeira vez sobre o caso e pediu ajuda para que o estuprador volte à prisão. — Foto: Instagram/ Reprodução
Conforme o relato de Renata Coan, no dia 19 de janeiro ela foi “sequestrada, violentada e estrangulada até quase a morte” por Edilson Moicano, após pegar uma corrida com ele com objetivo de retornar para casa.
“Tudo que eu queria nesse momento era ter paz e tranquilidade. Mas como que eu vou ter isso sabendo que o cara está aí nas ruas? Eu faço esse vídeo expondo a minha dor, não somente por mim, mas por todas as mulheres desse mundo. Porque uma coisa eu tenho certeza: eu não era a primeira, eu não ia ser a última, e se não fosse eu naquela noite, seria outra mulher”, disse a vítima.
No trajeto, o motorista desviou o veículo para um matagal, a imobilizou com um golpe conhecido como “mata-leão” e, quando a vítima acordou, já estava no matagal. Quando ela recobrou a consciência, o agressor estava cometendo o estupro, enquanto a enforcava e dizia que iria matá-la.
Já para os policiais que atenderam a ocorrência, a mulher relatou que havia pedido um veículo pelo aplicativo, mas como estava demorando para a corrida ser aceita, acabou negociando informalmente com o suspeito, que estava em frente ao local da festa.
Após entrar no carro, ela percebeu que o aplicativo teria encontrado uma corrida. Nesse momento, desistiu de ir com o homem, mas o suspeito a impediu de sair do carro.
Edilson foi preso no momento do crime, por policiais militares que patrulhavam na região e estranharam a presença de um veículo parado no meio da vegetação.
Em depoimento, os policiais relataram que quando chegaram próximo ao carro, encontraram a mulher gritando e chorando bastante, tentando se desvencilhar do suspeito. Durante as buscas no veículo, uma faca foi localizada.
No momento da prisão, Edilson ainda tentou fugir correndo e resistiu. Foram necessários três agentes para conseguir algemá-lo. Ele foi conduzido à Delegacia de Defesa da Mulher, onde foi autuado em flagrante pelo crime de estupro. Durante a Audiência de Custódia, o suspeito teve a prisão preventiva decretada.
À época do crime, Edilson Moicano tinha quase 20 mil seguidores no Instagram, onde compartilhava seu dia a dia e atividades físicas. De acordo com um site especializado em MMA, ele tem no currículo 32 lutas desde o ano de 2005.
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