Conflito em torno das emendas: Poderes encerram o ano com decisões conturbadas

Tensão em torno de emendas faz Poderes fecharem ano em conflito

O ministro do STF Flavio Dino terminou o ano autorizando apenas o pagamento de R$ 370 milhões em emendas da saúde. Um vaivém de pedidos, explicações e decisões sobre as chamadas emendas de comissão (RP8) tomaram conta dos Três Poderes nos últimos dias de 2024. Suspende, libera, não libera, bloqueia. Os impasses envolveram bilhões das emendas não impositivas que são indicadas por deputados e senadores a áreas como saúde, transporte e outros.

O Congresso Nacional tentou convencer o ministro Flávio Dino, relator das ações que tratam de emendas no Supremo Tribunal Federal (STF) de que a transparência, a rastreabilidade e a publicidade na gestão de recursos públicos estavam garantidas. Não deu. O pagamento das emendas foi uma das condicionantes impostas pelos parlamentares para, na última semana do ano, aprovar o pacote de projetos para ajuste fiscal enviado pela equipe econômica do governo federal. As decisões de Dino que suspenderam os pagamentos foram feitas depois da aprovação dos textos.

O Executivo, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), chegou a orientar o governo federal que não pagasse as emendas, um total de R$ 4,2 bilhões, até que tivesse interpretação “mais segura” da decisão de Dino sobre liberação de parte dessas emendas. Voltou atrás. Pediu que pelo menos R$ 370 milhões fossem empenhados com destinação à saúde e colocou essa verba como “imprescindível”. Aqui, obteve sucesso.

O dia 31 de dezembro terminou com decisão de Flávio Dino para autorizar o empenho das emendas RP8 destinadas à saúde. Para garantir o mínimo constitucional em saúde, Dino liberou a excepcional validade dos empenhos realizados até 23 de dezembro de emendas de comissão destinadas à saúde em ofícios enviados pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

Embora tenha liberado o pagamento das emendas, impôs compromissos para 2025, novamente de transparência. O ministro estabeleceu que a identificação dos recursos deverá ser ratificada pelas comissões temáticas de Saúde do Senado e da Câmara até 31 de março de 2025. Caso isso não ocorra, as emendas serão automaticamente anuladas.

“As ‘emendas de comissão’ (ou outro tipo de emenda que eventualmente seja necessário) já empenhadas ou a serem empenhadas alcancem apenas e tão somente o valor necessário à consecução do piso constitucional da saúde”, pontuou o ministro do STF.

As decisões do ministro Flávio Dino envolveram desde a liberação condicionada de emendas até bloqueios de valores expressivos em determinados momentos, sempre pautado na necessidade de transparência e cumprimento das exigências constitucionais. O ano se encerrou com a expectativa de que o cenário político em relação às emendas possa se tornar mais estável, uma vez que foram estabelecidos compromissos para garantir a adequada destinação dos recursos públicos nos próximos anos.

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Laudo confirma pesticida em comida que matou dois no Piauí: Investigação em andamento

Laudo revela presença de pesticida em comida que matou dois no Piauí

Nove pessoas da mesma família ficaram intoxicadas após a ingestão de uma refeição na última terça-feira (31/12)

Um laudo que faz parte da investigação da morte de um adolescente e um bebê, em Parnaíba, litoral do DE confirmou que havia um pesticida no arroz que as vítimas ingeriram na última terça-feira (31/12). O laudo foi obtido pelo programa Fantástico.

Os membros da família começaram a passar mal na última quarta-feira (1º/1). A primeira vítima foi o adolescente de 17 anos que morreu a caminho da unidade de saúde. Os familiares, ao todo nove, foram socorridos e levados ao Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda).

O laudo que faz parte da investigação revelou a presença de uma substância altamente tóxica presente em pesticidas e agrotóxicos.

> “Qualquer quantidade já faz mal, qualquer uma. Ela afeta a transmissão dos estímulos nervosos em todo o corpo. Dando crise convulsiva, falta de ar, dores cólicas abdominais, inclusive afeta o coração também”, afirmou ao Fantástico o perito-geral do Departamento de Polícia Científica do DE, Antônio Nunes Pereira.

Embora tenha sido internado e recebido atendimento médico, o bebê de 1 ano e 8 meses também não resistiu e foi a segunda vítima. A morte foi confirmada na quinta-feira (2/1) pela Polícia Civil. Os outros sete familiares também foram hospitalizados por causa da intoxicação.

“O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda) lamenta profundamente o falecimento de I.D.S., de apenas 1 ano e 8 meses, que deu entrada sob os cuidados do hospital nesta quarta-feira (1º/1). Expressamos nossas mais sinceras condolências à família neste momento de imensa dor”, escreveu o hospital em um comunicado.

O envenenamento é investigado pela Polícia Civil. Até o momento não houve a divulgação de suspeitos do envenenamento. A participação de algum integrante da família não é descartada.

“Alguém colocou a substância no arroz no dia primeiro. A gente entende que houve uma intenção de colocar essa substância na comida deles e a gente vai partir pra uma investigação de homicídio, descartando morte natural ou acidental”, afirmou o delegado Abimael Silva.

TRISTEZA

Maria dos Aflitos, mãe do bebê que morreu afirmou não acreditar que alguém da família participou do crime. Ela disse sentir muito a falta dos familiares.

“Cedo estava todo mundo aqui no fundo para tomar café. Hoje acordei, não escutei brulho de ninguém, só silêncio. (…) Não é fácil perder uma família quase toda”, afirmou Maria.

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A Polícia Civil também informou que o adolescente morto era parente de dois meninos de 7 e 8 anos, que morreram envenenados em 2024. Eles haviam comido cajus com veneno. O bebê que morreu é irmão dos dois meninos que morreram.

VEJA A LISTA DAS VÍTIMAS

Segundo a Polícia Civil do Piauí, as vítimas são:

Adolescente de 17 anos;
As duas irmãs do adolescente;
O padrasto do adolescente;
Uma mulher e seu filho, que moravam na casa;
Três crianças, filhas das irmãs do adolescente.

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