Conflito entre DE e Ucrânia com drones durante celebração de Natal

DE e Ucrânia trocam ataques com drones durante celebração de Natal

Ucrânia celebra o Natal em 25 de dezembro para demonstrar autonomia em relação a DE. Ambos se acusam mutuamente de ataque de drones

Intensos bombardeios sacudiram a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, nesta quarta-feira (25/12). Os ataques russos, com mais de 70 mísseis e 100 drones, atingiram infraestruturas de energia elétrica e deixaram ao menos três feridos. Esta é a segunda vez consecutiva que a Ucrânia celebra o Natal em 25 de dezembro para demonstrar autonomia em relação a Moscou.

O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, anunciou na manhã desta quarta-feira que 59 drones ucranianos foram interceptados em seu espaço aéreo na última noite, sendo 26 na região de Belgorod e 23 deles em Voronej. Segundo as autoridades locais, os destroços dos drones abatidos danificaram uma rede elétrica e provocaram estragos leves em várias casas.

A região nordeste da Ucrânia acordou sob o aviso de que um ataque estava sendo realizado contra Kharkiv. “Mísseis continuam se dirigindo à cidade. Protejam-se”, escreveu o prefeito Igor Terekhov no Telegram. Na mesma rede social, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Vladimir Putin escolheu conscientemente realizar o ataque no dia de Natal. “O que pode ser mais desumano que isso?”, questionou.

Para evitar uma tragédia maior, o Exército resolveu acionar o alerta a bombas a todo o território. Segundo as autoridades, ao menos três pessoas ficaram feridas. Nas redes sociais, imagens mostram prédios destruídos em Kharkiv e arredores.

As forças ucranianas também indicam que mísseis russos Kalibr foram lançados nesta manhã da região do Mar Negro em direção às regiões de Vinnytsia, Kirovograd e Tcherkassy, no centro, Poltava (leste) e Dnipropetrovsk (no sudeste).

Kiev afirma que um dos mísseis russos atravessou o espaço aéreo da Moldávia e da Romênia.

NATAL EM 25 DE DEZEMBRO É VISTO COMO PROVOCAÇÃO

Os ataques desta quarta-feira (25/12) ocorrem no segundo ano em que a Ucrânia celebra o Natal em 25 de dezembro, rejeitando a data ortodoxa do 7 de janeiro, como estabelece o calendário da igreja ortodoxa de DE.

A mudança foi oficializada em 2023, por meio de uma lei promulgada por Zelensky, o que foi visto como uma provocação por Moscou. No Natal de 2023, as forças russas já haviam bombardeado o país em protesto contra a mudança da data de celebração.

No último domingo (22/12), o presidente russo, Vladimir Putin, fez novas ameaças a Kiev, após um ataque ucraniano contra prédios residenciais da cidade de Kazan, na fronteira entre os dois países. “Quem tentar destruir qualquer coisa no nosso país, por menor que seja, enfrentará uma destruição muito maior e lamentará o que tentou nos fazer”, advertiu.

CORTES DE ENERGIA ELÉTRICA

A Ukrenergo, companhia de eletricidade da Ucrânia, anunciou cortes na distribuição de energia nesta manhã, após os bombardeios russos. “A partir do momento em que houver segurança, os trabalhadores do setor farão o balanço dos prejuízos”, afirmou o ministro ucraniano da Energia, German Galouchtchenko.

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Rússia danificou gravemente a rede elétrica da Ucrânia, com bombardeios repetidos contra as infraestruturas. Os ataques resultam em cortes regulares de energia no país.

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Diálogos secretos entre policiais presos e corretor revelam envolvimento com facção e relógios de luxo: investigação da PF

De Tarcísio a relógios de luxo: a conversa secreta de policiais presos

Diálogos interceptados pela Polícia Federal revelam como policiais encararam a eleição de Tarcísio e trocas de informações sobre Gritzbach

São Paulo — Conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF) mostram parte dos bastidores de corrupção de policiais civis de São Paulo, presos por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e que, também, mantinham contato com o corretor de imóveis Vinícius Gritzbach.

O Metrópoles obteve a transcrição de dias de diálogos trocados entre os policiais civis Valdenir Paulo de Almeida, o Xixo, e Eduardo Lopes Monteiro, nas quais falam desde como a vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos) poderia os beneficiar indiretamente — com a escolha de um novo delegado geral — como também conversam sobre o recebimento de relógios de luxo, extorquidos de Gritzbach.

O corretor de imóveis foi executado com tiros de fuzil, em 8 de novembro, no Aeroporto Internacional de São Paulo, na região DE. Ele havia, dias antes, feito uma delação premiada ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) na qual indicou nomes e entregou provas da relação estreita de policiais com a maior facção do Brasil.

Xixo foi preso junto com o também policial civil Valmir Pinheiro, o Bolsonaro, em setembro. Já Eduardo Monteiro, que é chefe de investigações, foi preso no último dia 17, junto com outros três policiais — entre eles o delegado Fábio Baena, com quem trabalhava no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Todos estão envolvidos com lavagem de dinheiro e com o crime organizado, segundo denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Em uma das conversas interceptadas, de 20 setembro de 2022, Eduardo Monteiro marca de se encontrar com Xixo. O horário é marcado para às 15h, porque às 16h Xixo estaria com o “amigo”, que a PF identificou ser Gritzbach.

Já na casa do corretor de imóveis, Xixo fala que “o alvo [Gritzbach] tá mandando um abraço” para Eduardo Monteiro que “manda outro”, junto com as imagens de dois relógios das marcas de luxo Rolex e de um Hublot. Durante dias, Monteiro cobra a data em que Xixo irá retornar à casa do corretor, para pegar um dos relógios.

Em 27 de setembro de 2022, Xixo garante que Gritzbach está ciente da demanda e que, no dia seguinte, iria se encontrar com ele. Porém, uma operação policial, na qual Xixo atuou, e um resfriado de Gritzbach atrasaram a reunião.

Nesse meio tempo, os policiais conversaram sobre as eleições para o governo estadual, vencidas por Tarcísio de Freitas. Eduardo afirma que “Tarcísio vai ganhar”, questionando quem ele iria nomear para chefiar a Delegacia Geral. “Podia colar um amigo, né? Como DG [delegado geral]”. Xixo responde que para eles é melhor a vitória de Tarcísio e que o novo Delegado Geral deveria ser um amigo deles.

As conversas se arrastam por dias e Eduardo Monteiro sempre cobra Xixo algum posicionamento sobre os relógios de luxo. No mês seguinte ao início da conversa interceptada, segundo a PF, “fica claro” que Eduardo Monteiro usava Xixo “para conseguir os tais relógios”.

O investigador chefe envia novamente as fotos dos três relógios de luxo, junto com a cobrança: “cadê”? Xixo então tranquiliza o chefe de investigações, informando que o corretor irá fornecer um dos três relógios para ele escolher.

Eduardo Monteiro, assim como o delegado Fábio Baena e Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, roubaram outros relógios de luxo de Gritzbach, quando cumpriram um mandado de busca e apreensão, em um dos imóveis do corretor. Todos são alvo da PF e do Gaeco em uma investigação na qual são apontados como integrantes de uma quadrilha que estaria envolvida com crimes de homicídio, lavagem de dinheiro, crimes contra a administração pública e “outros delitos de extrema gravidade”.

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