Zona Norte do Rio de Janeiro viveu um fim de semana marcado por confrontos entre traficantes rivais, pertencentes ao Comando Vermelho (CV) e ao Terceiro Comando Puro (TCP). Os episódios de violência deixaram as comunidades da Pavuna, Costa Barros e Grande Tijuca em estado de terror, com intensas trocas de tiros, trabalhadores acuados e até mesmo moradores feitos reféns. O clima de guerra territorial se espalhou rapidamente, alterando a rotina e gerando pânico entre a população local.
Os confrontos na região da Grande Tijuca começaram na madrugada de sábado, com cerca de cem tiros ecoando pelo Morro da Casa Branca, na Usina. Os disparos assustaram moradores de diversos bairros vizinhos, como Tijuca, Andaraí e Grajaú. A presença da Polícia Militar e das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foi reforçada após relatos de disparos de armas de fogo, resultando na apreensão de veículos roubados. Os confrontos entre facções rivais continuaram a causar medo e insegurança na região.
A situação se agravou com a invasão dos criminosos do Complexo do Chapadão, vinculados ao CV, ao Complexo da Pedreira, controlado pelo TCP. A troca de tiros resultou em mortes de suspeitos, apreensão de armas e reféns. Em Costa Barros e Pavuna, o clima de tensão persistiu, culminando na morte de um homem e em uma mulher baleada na cabeça durante um ataque. A Polícia Militar atuou para controlar a situação, mas o clima de violência permaneceu intenso.
Além dos impactos diretos nos confrontos entre traficantes, a violência afetou o cotidiano de diversos bairros, com ameaças a templos religiosos e pressão sobre comerciantes para pagamento de “taxas de segurança”. Escolas e unidades de saúde precisaram ser fechadas, enquanto linhas de ônibus tiveram seus itinerários desviados devido ao risco de confrontos. A população local enfrentou dificuldades para acessar serviços essenciais, resultando em impactos significativos na rotina diária.
Diante do cenário de violência e confrontos recorrentes, a porta-voz da Polícia Militar destacou a necessidade de uma integração com forças de segurança federais para combater o crime organizado. A oficial ressaltou a complexidade da situação na região da Pedreira e do Chapadão, onde o tráfico de armas e drogas representa um desafio constante para as autoridades locais. A polícia realizou apreensões de fuzis e atuou para manter a segurança, mas a situação excede a capacidade do Estado do Rio de Janeiro, exigindo uma abordagem mais ampla e coordenada para conter a violência.
Diante dos números alarmantes de violência e da necessidade de uma atuação conjunta entre as forças de segurança, a população da Zona Norte do Rio de Janeiro enfrenta um cenário de medo e insegurança, com a rotina marcada por confrontos e episódios de violência. A integração com as forças federais se torna essencial para enfrentar o avanço do crime organizado e garantir a segurança e o bem-estar dos moradores locais. O desafio persiste, e é fundamental que medidas efetivas sejam adotadas para conter a escalada da violência e restaurar a paz nas comunidades afetadas.
