Última atualização 01/04/2022 | 10:49
Nos últimos anos, as campanhas para adoção de animais ganharam espaço. O mercado de exploração animal para fins de reprodução é o principal argumentos dos defensores da causa, porém a criação e a venda de filhotes de cachorros de raça mantém público cativo. A razão disso está na preocupação em garantir a saúde do animal.
A explicação dos compradores está fundamentada no bem-estar do animal, embora pareça um argumento contraditório. Os interessados em um cãozinho acreditam que os cuidados por criadores pode ser mais intensos do que em organizações voltadas para esse segmento, que geralmente tem apenas os chamados “vira-lata”. Além disso, a aquisição de um pet em canil especializado garante o pedigree.
“Isso significa ‘qualidade genética’ que não é mero capricho, mas uma forma de evitar problemas de saúde e desvios de comportamento esperados para cada raça, ou seja, do perfil para cada animal. O animal de um criador tem acompanhamento veterinário, vacinas em dia e ração premium”, afirma o criador de cães e amante da cinofilia, o estudo científico sobre assuntos relacionados ao mundo canino, Alex Alves.
No Casa de Yasmin, ele tem cerca de 13 raças de cachorros. A mais procurada têm sido o Spitz Alemão, também chamado de Lulu da Pomerânia. O especialista diz que a preferência das pessoas por um pedigree depende da época. É a popularização quem faz uma mais procurada do que a outra e isso interfere tanto no preço cobrado pelo animal quanto pela ocorrência de doenças causadas por cruzamentos entre diversas raças. Foi o que ocorreu com o pastor alemão, poodle e pequinês nos anos 1980 e com o rottweiler na década seguinte.
Um cachorro vendido por Alex custa a partir de R$1 mil, no caso de um shitzu – um dos mais procurados seguido pelo chihuahua, e chega a R$10 mil, em um shitzu alemão. No mercado em geral, um dos mais caros é Cavalier King Charles Spaniel, originário do Reino Unido e descendente dos cães de companhia criados desde o tempo dos reis da dinastia Stuart. O valor assusta, mas ele afirma vender de seis a dez pets por mês. O criador defende que os custos para manter e assistir o pet são altos. Para facilitar a compra, inclusive, ele parcela o pagamento.
“Essa variação de preço entre as raças considera aspectos como cor, sexo e filiação dos filhotes, como se os pais têm histórico de premiação em concurso. Posso dizer que cães com preço muito barato têm coisas ruins nos bastidores, como má alimentação e poucos cuidados”, esclarece. O zelo deve ser mantido pelo novo tutor, que precisa estar preparado para gastar, pelo menos, uma média de R$200 mensais por uma ração de alto nível, R$ 40 por um banho semanal, pagar por vacinas e vermífugos aplicados esporadicamente e ainda custear um planejamento de saúde veterinária.