Conheça mitos e verdades sobre pancadas na cabeça

Uma pancada na cabeça geralmente é causada por um acidente como uma queda, uma batida de carro ou até mesmo em uma quina de armário. Algumas vezes, o resultado é apenas um ferimento superficial e o tratamento não passa de uns pontos ou uso de um analgésico comum. Em outras ocasiões, o problema pode ser sério e a conduta e o tratamento vão depender de cada caso.

“Chamamos as lesões decorrentes de um trauma externo de traumatismo crânio encefálico (TCE) e elas podem causar alterações anatômicas do crânio como fratura e/ou comprometimento funcional das meninges (membrana que reveste o sistema nervoso central), do encéfalo (cérebro propriamente dito), ou dos vasos de circulação intracranianos. Esse comprometimento pode ter duração variada, podendo ser momentâneo ou permanente”, explica a neurologista Maria Elizabeth Matta de Rezende Ferraz, vice-coordenadora do Departamento Científico de Traumatismo Cranioencefálico da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Segundo a neurologista, após a ocorrência de TCE, alguns cuidados devem ser tomados. “Se o paciente estiver confuso ou sonolento, se teve perda de consciência ou amnésia prolongada e se apresentar alteração do estado geral prévio ao que tinha antes do acidente e, ainda, se sentir tontura, apresentar vômitos, dores de cabeça de intensidade crescente ou algum déficit neurológico novo, ele deve ser prontamente levado a um hospital para ser atendido o mais breve possível”, afirma.

Maria Elizabeth também adverte que inúmeras complicações podem advir de TCE. “Elas estão na dependência do mecanismo do trauma, ou seja, como se deu a batida na cabeça. Por exemplo, se foi uma paulada, um acidente de motocicleta com ou sem capacete, ou uma queda da própria altura. Para cada uma destas situações ocorrem lesões de diferentes naturezas e de gravidade que também é variada.”

“Outro fator a se considerar é a existência de outras doenças prévias, o que, a depender de cada caso, pode agravar as consequências do TCE”, relata.

As consequências do trauma podem ser desde nenhuma, quando o paciente permanece assintomático, até sequelas motoras e cognitivas graves, podendo chegar a óbito. “É possível ocorrer lesões ósseas, vasculares e de tecido cerebral propriamente dito. Elas são de diversas magnitudes, dependendo do tipo e intensidade do TCE”, frisa a médica.

Nos casos mais graves, acrescenta Maria Elizabeth, pode ocorrer deslizamento da parte mais pesada do tecido nervoso encefálico em relação à parte mais leve. Esse movimento se dá em vários eixos, podendo ser de frente para trás, como se o cérebro chacoalhasse dentro da caixa craniana, e também um mecanismo de torção (rotacional) das células neuronais. Esses deslocamentos causam lesões de diversas magnitudes para o neurônio, podendo levar a microssangramentos do parênquima cerebral (tecido cerebral) e inclusive à morte neuronal, com sequelas irreversíveis.

Entre mitos e verdades de sofrer uma pancada na cabeça, a mais conhecida é que não se pode dormir após um trauma. “Essa crença nem sempre é verdadeira. Mas, se após trauma, o paciente se apresentar com sonolência exagerada e houver dificuldade para que desperte após ser chamado, este é um sinal de que o doente deve ser levado para avaliação em um hospital. Somado a isso, as mesmas situações acima descritas devem ser observadas e o doente deve ser encaminhado a um pronto socorro se algum daqueles sinais e sintomas mencionados ocorrerem”, confirma a neurologista.

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Piloto de F1 Yuki Tsunoda fica detido na imigração dos EUA por três horas e quase perde o GP de Las Vegas

Yuki Tsunoda, piloto da equipe RB na Fórmula 1, enfrentou um imprevisto bastante inusitado antes de participar do GP de Las Vegas neste fim de semana. O japonês foi detido na imigração dos Estados Unidos por cerca de três horas, correndo o risco de ser mandado de volta ao Japão e perder a corrida. O motivo? O agente da imigração não acreditou que ele fosse um piloto de F1, pois estava de pijama.

Tsunoda, que já havia estado nos EUA recentemente para o GP de Austin, no Texas, e para o de Miami em maio, explicou que não compreendeu o motivo da parada, já que estava com toda a documentação correta. “Estava de pijama, então talvez eu não parecesse um piloto de F1. Durante a conversa, até me perguntaram sobre o meu salário, o que foi desconfortável. Eu não conseguia dizer nada e senti muita pressão”, comentou o piloto.

O japonês revelou que, mesmo com a documentação adequada e o visto, não foi permitido que ele ligasse para sua equipe ou para a Fórmula 1 para esclarecer a situação. “Eu queria ligar para a equipe ou para a F1, mas na sala da imigração não podia fazer nada”, explicou. Felizmente, a situação foi resolvida após intensas conversas, e Tsunoda conseguiu entrar no país a tempo de disputar o GP.

Este episódio ilustra os desafios que os pilotos enfrentam com a imigração nos Estados Unidos, especialmente desde que a Fórmula 1 passou a ter mais de um evento no país a partir de 2022. Com isso, casos envolvendo contestação de vistos e documentação começaram a se tornar mais frequentes, colocando em risco a participação dos competidores em corridas como o GP de Las Vegas. Tsunoda, no entanto, destacou que a experiência ficou para trás e agora está focado na disputa da corrida.

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