Conheça a técnica brasileira que é a única mulher no Grupo de Estudos da Fifa na
Copa sub-17
Simone Jatobá analisa variações táticas, disciplina dos jovens atletas e destaca
a importância da representatividade feminina no principal grupo de avaliação da
Fifa
Confira as cobranças de pênaltis de Brasil e França na Copa do Mundo sub-17
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Ex-jogadora de São Paulo, Lyon, Rayo Vallecano e Metz, Simone Jatobá hoje
integra um seleto grupo. A técnica brasileira de 44 anos é a única mulher no
Grupo de Estudos Técnicos (TSG) da Fifa na Copa do Mundo sub-17
[https://ge.globo.com/futebol/mundial-sub-17/], realizada no Catar.
O grupo é composto por apenas seis pessoas. Além de Simone, integram o TSG:
Damien Duff (ex-jogador da seleção irlandesa, Chelsea, Newcastle e Fulham),
Hérita Ilunga (ex-jogador do Congo, West Ham e Toulouse), Ives Serneels
(ex-técnico da seleção belga feminina), Louis Carey (ex-zagueiro do Bristol) e
Aron Winter (ex-jogador da seleção holandesa, Inter de Milão, Lazio e Ajax).
A presença de Simone carrega um peso que vai além da análise técnica. Ela
simboliza o avanço das mulheres em um espaço historicamente dominado por homens,
que reforça a importância de ampliar vozes e perspectivas dentro do futebol.
— É uma visão muito avançada da Fifa em não colocar barreiras e abrir espaço
para as mulheres em competições masculinas. Hoje estou aqui e muito feliz. É um
passo grande, uma oportunidade, porque são portas que se abrem ao ter uma mulher
em uma Copa do Mundo masculina — disse.
> “Espero que eu seja uma inspiração para outras mulheres em muitos outros
> cargos, não apenas no futebol. E que no futuro tenham outras aqui”, ressaltou.
Como jogadora, Simone disputou as Copas do Mundo de 2003, nos Estados Unidos, e
de 2007, na China, além das Olimpíadas de 2000 (Sydney) e 2008 (Pequim). Já como
treinadora, comandou a seleção brasileira nas Copas sub-17 feminina de 2022
(Índia) e 2024 (República Dominicana).
Essa experiência a levou ao Grupo de Estudos Técnicos, responsável por analisar
tendências, inovações táticas e desempenhos ao longo da Copa do Mundo sub-17.
— Nosso trabalho envolve tudo o que acontece dentro do jogo e o que as câmeras
de transmissão não captam. Fazemos análises táticas, técnicas e de todos os
aspectos que cercam a partida — afirmou.
— Temos um cronograma de jogos definido pela coordenação. É tudo muito
organizado. Criamos relatórios, sentamos com os analistas, observamos novidades,
tendências que surgem e debatemos a partir do que é feito em campo. É algo muito
rico — explicou.
Apesar de ser uma competição com atletas de base, Simone tem observado grande
evolução tática e técnica, especialmente nas variações que as equipes apresentam
ao longo dos jogos.
— A gente vê equipes que começam um jogo com uma formação e vão se
transformando, modificando e variando. Praticamente todas as seleções são assim.
O que tem me chamado atenção é a obediência tática aliada à liberdade técnica
dos atletas. Apesar de jovens, já não são mais meninos, e isso aparece na
inteligência tática e na leitura de jogo — observou a treinadora.
A Copa do Mundo sub-17 segue até o dia 27 de novembro, no Catar. Nesta
sexta-feira, o Brasil enfrenta o Marrocos, às 12h45, e Simone acredita que o
time comandado por Dudu Patetuci tem condições de buscar o título.
— A seleção brasileira é muito forte ofensivamente, com jogadores habilidosos,
gols bonitos e também uma defesa sólida. Tem boas chances, mas vai enfrentar uma
equipe também forte, com um bloco muito compactado. Será um bom jogo, um jogo de
final — concluiu.




