Consciência Negra no Rio de Janeiro: celebrações, memória e resistência na Pequena África.

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O Dia da Consciência Negra movimentou a região da Pequena África no Centro do Rio de Janeiro, lotando o Largo da Prainha e mobilizando diversas celebrações em torno do busto de Zumbi. Desde a Praça Onze até o Cais do Valongo, turistas, moradores e movimentos culturais se uniram para transformar o local em um espaço de memória, música e rituais, ressaltando a importância histórica da data.

O Cortejo da Ciata deu início aos festejos pela manhã, com sua concentração no Terreirinho da Ciata, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian. A caminhada, em homenagem à Tia Ciata, figura marcante da região, contou com a presença do prefeito Eduardo Paes, reforçando a importância do movimento e atraindo milhares de pessoas para o cortejo. Enquanto isso, a Prefeitura anunciava o projeto Praça Onze Maravilha, prometendo revitalizar o entorno da Sapucaí.

No evento, conhecido como “Busto do Zumbi”, empreendedores negros expuseram seus produtos em uma feira com artesanato, moda, literatura, entre outros. Além disso, houve uma programação artística diversa, incluindo a apresentação do Bloco Afro Òrumilà. A presença de autoridades como Luiz Negro Dum, do Conselho Estadual dos Direitos do Negro, e Bia Nunes, da Associação Estadual das Comunidades Quilombolas, ressaltaram a importância da festa como ferramenta de luta e resistência.

No período da tarde, o evento prestou homenagens a mulheres negras que militam na causa antirracista, como Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor de Nilópolis. Selminha destacou a emoção de ser reconhecida e o seu trabalho de conscientização racial com crianças e jovens. No Cais do Valongo, um grupo de Macumba Carioca organizou uma gira aberta, buscando compartilhar sua religião com a comunidade.

O Largo da Prainha também foi palco de celebrações, com restaurantes cheios ao som de samba, ressignificando um local de escravatura em um espaço de pertencimento e alegria. Os movimentos reafirmam a Pequena África como um território fundamental da história negra no Rio, destacando a importância da celebração e da resistência. Assim, entre sorrisos, ritmos e lembranças, a data demonstra como a comunidade negra se mantém unida e forte no coração da cidade.

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