O Conselho Ética da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) decidiu arquivar o processo de quebra do decoro parlamentar contra a deputada Lucinha (PSD) na tarde desta quinta-feira. Com quatro votos a favor e dois contra o arquivamento, os deputados entenderam que ainda não há indícios e provas suficientes para dar continuidade ao processo, que poderia resultar na cassação da parlamentar. Esta decisão veio após a denúncia feita pelo Ministério Público do Rio, acusando Lucinha de integrar e ser o braço político da milícia de Luiz Antonio da Silva Braga, o Zinho, na Zona Oeste, onde ela tem seu reduto eleitoral.
Em nota, a deputada negou veementemente as acusações, chamando a denúncia de perseguição política. Ela afirmou que as acusações são infundadas e que sua inocência será demonstrada tanto nos autos quanto na Justiça. A votação no Conselho Ética contou com quatro votos a favor do arquivamento das denúncias, vindos de deputados de diferentes partidos como União, Agir, PSD e PL, e dois votos contra, de representantes do PDT e PSOL. O resultado será encaminhado para a mesa diretora da Alerj, que tomará a decisão de enviar o caso para o plenário ou arquivá-lo.
A denúncia feita pelo Ministério Público do Rio detalhou a ligação de Lucinha com a maior milícia do Rio, comandada por Zinho. O chefe do grupo paramilitar se entregou à Polícia Federal após a apreensão de documentos e telefones na casa da parlamentar. A denúncia também apontou a realização de pelo menos 17 reuniões entre Lucinha, sua assessora e membros da milícia, incluindo encontros na própria Alerj. Além disso, a nomeação de assessores ligados à organização criminosa no gabinete da deputada foi também citada como prova da ligação dela com a milícia.
Os principais pontos da denúncia do MP incluem o fornecimento de informações privilegiadas, defesa de interesses econômicos ligados à organização criminosa, tráfico de influência, interferência em prisões, remoção de comandantes policiais contrários à milícia, encontros frequentes com milicianos, nomeações irregulares de parentes de membros da milícia e uso indevido de servidores públicos. A prefeitura do Rio se pronunciou sobre o caso, negando qualquer interferência política nas decisões sobre transporte alternativo e informando a exoneração de servidores envolvidos nas acusações.
A decisão do Conselho Ética da Alerj de arquivar as denúncias contra a deputada Lucinha gerou polêmica e levantou questionamentos sobre a transparência e ética dos representantes políticos. O caso mostra a importância da atuação dos órgãos de controle e fiscalização para garantir a integridade das instituições e a prestação de contas dos parlamentares. A repercussão do arquivamento das denúncias contra Lucinha continuará a ser acompanhada pela sociedade e pela imprensa, a fim de garantir a transparência e a responsabilização dos envolvidos.




