O Conselho Tutelar emitiu uma advertência aos pais do pastor adolescente Miguel Oliveira, de 15 anos, após denúncias envolvendo sua exposição pública e ameaças recebidas nas redes sociais. A reunião ocorreu na última terça-feira, 29, em Carapicuíba (SP), onde a família reside, e resultou na proibição da divulgação de novos vídeos do jovem durante cultos evangélicos.
A ação foi motivada por denúncias de possível exploração religiosa com fins financeiros e suspeitas de negligência por parte dos responsáveis. Participaram do encontro profissionais da área da psicologia e neuropsicologia, que orientaram os pais do adolescente quanto aos riscos dessa exposição.
O caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), que investiga possíveis casos de violência psicológica contra o jovem. Após os vídeos de Miguel viralizarem, ele passou a ser alvo de ameaças e xingamentos online. Os pais chegaram a registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil de São Paulo, mas, segundo a família, nenhuma medida efetiva foi tomada até o momento.
A assessoria de Miguel informou ao portal Metrópoles que a família decidiu não conceder mais entrevistas ou se pronunciar à imprensa, devido ao agravamento das ameaças. “Ele é menor, e os pais não querem mais falar com nenhuma mídia. Já foram à delegacia, e nada acontece”, afirmou a equipe do jovem.
Miguel Oliveira se tornou conhecido por declarações polêmicas em vídeos nas redes sociais, onde afirma, entre outras coisas, ser capaz de curar o câncer. Ele também é acusado de arrecadar dinheiro de fiéis com promessas falsas, o que teria contribuído para a onda de ataques virtuais. Em algumas publicações, ele chegou a ser chamado de “anticristo”.
Natural de Carapicuíba, Miguel atua como pastor na Assembleia de Deus Avivamento Profético. Ele afirma ter iniciado sua trajetória religiosa aos três anos de idade, após relatar uma cura milagrosa de mudez e surdez. No entanto, críticos questionam a veracidade da história, já que atualmente o jovem fala e ouve normalmente e alega ter “perdido o laudo” que comprovaria a deficiência.