Conservação de imóveis no Centro do Rio: riscos e desafios para a preservação histórica

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A má conservação de imóveis no Centro do Rio tem gerado preocupações crescentes sobre desabamentos de estruturas antigas na região. Nos primeiros dois meses e meio deste ano, a prefeitura do Rio recebeu 633 chamados com pedidos de vistoria para imóveis em risco de desabamento. Esses casos representam uma ameaça constante para os moradores e comerciantes locais, levando a um aumento no medo de novos desabamentos na região.

Julio Agra, comerciante dono de uma loja de madeiras que funcionava há cerca de 40 anos no Centro, viu seu imóvel e outros três casarões vizinhos desabarem nos últimos anos. O casarão onde funcionava a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio na Lapa também teve parte de sua estrutura desmoronada recentemente, durante o Desfile das Campeãs. A falta de manutenção e cuidados com essas edificações históricas tem colocado em risco a segurança de todos que circulam pela região.

Apesar dos esforços da Prefeitura em revitalizar o Centro com iniciativas como o Reviver Centro e o Reviver Cultural, muitos imóveis continuam abandonados. Grupos como o SOS Patrimônio estimam que entre 600 a 750 imóveis na região estejam vazios ou em estado de abandono. Em 2023, o decreto 53.306 foi publicado para permitir que o município tome posse de imóveis abandonados por mais de cinco anos, evitando riscos à população.

A falta de um plano de gestão efetivo para a conservação de imóveis históricos tombados é um desafio que persiste. O vice-presidente do Icomos Brasil destaca a importância de um plano de gestão atrelado ao tombamento federal para garantir a preservação desses patrimônios. A ausência de cuidados adequados com esses imóveis históricos tem levado a situações como a ruína do Palacete Imperial na Avenida Visconde do Rio Branco e do Hotel Paris na Praça Tiradentes, que continuam sem reformas após anos de abandono.

A população e os órgãos competentes têm demonstrado preocupação com a falta de manutenção e conservação de imóveis históricos no Centro do Rio. A vegetação tomando conta de estruturas como o antigo Hotel Paris e a antiga loja de artigos carnavalescos na Rua Buenos Aires são sinais visíveis do descaso com o patrimônio cultural da cidade. A necessidade de medidas urgentes para evitar tragédias em decorrência do abandono desses imóveis é evidente.

Em meio a tantos desafios e riscos, a conscientização sobre a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural do Centro do Rio se torna cada vez mais vital. A implementação de um plano de gestão eficaz, aliado a fiscalizações constantes e ações emergenciais da Defesa Civil, são passos essenciais para garantir a segurança e a conservação desses imóveis para as gerações futuras. A revitalização do Centro histórico do Rio é um desafio que requer a colaboração de todos os envolvidos para preservar a história e a identidade da cidade.

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