O projeto Consultório na Rua, realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Trindade, segue a todo vapor no município, atendendo, em média, 80 pessoas mensalmente. Nesta terça-feira, 18, por exemplo, o grupo foi às ruas para prestar atendimentos à população que tira o sustento das vias da cidade.
Uma das pessoas atendidas pelo grupo foi o catador de materiais recicláveis, Edson Pereira, de 59 anos. A esposa do trabalhador, Maria Aparecida da Vitória Viana, 53 anos, que ajuda o marido no dia a dia, conta que Edson tem controlado a glicemia graças às visitas da equipe.
“Dessa forma não preciso deslocar, porque deixar o serviço aqui nem sempre é possível”, destaca a trabalhadora.
Atendimentos e perfil
Além de serviços voltados à saúde, o grupo também ajuda os pacientes com outros problemas. Nesta terça, por exemplo, um dos pacientes mais antigos, estava exaltado porque havia rumores que sua companheira havia morrido, mas a equipe localizou a mulher e rapidamente solicitou que ele fosse comunicado a respeito.
Grande parte dos pacientes em situação de rua são homens, entre 30 a mais de 50 anos, e oriundos do próprio município. O perfil indica que são pessoas que alegam dificuldades para conviver com familiares por serem usuários de álcool e drogas ou que não são aceitos por possuírem algum distúrbio mental.
Grupo
Além de uma médica, o grupo multiprofissional é formado por um técnico em enfermagem, uma psicóloga, uma enfermeira e uma assistente social.
Entre as doenças mais comuns encontradas pelos profissionais está a hanseníase, ainda recorrente entre os atendidos que moram nas ruas do município. Hipertensão e diabetes são outras doenças bastante tratadas pelo Consultório na Rua.
Alguns integrantes da equipe, inclusive, se voluntariam e, nos fins de semana, atendem casos que necessitem de uma atenção de urgência, como o de um cadeirante que precisava de remédios anticoagulantes e para hipertensão, nesta terça.
Projeto
Desde 2000, os profissionais atendem pessoas que trabalham na rua, como os catadores de recicláveis, e especialmente pessoas que moram na rua. Pelas esquinas, muitas vezes ao relento, outras sob marquises de locais nem sempre salubres, a equipe acolhe, afere pressão, mede a glicemia, troca curativos, faz ou atualiza o prontuário do paciente e dá remédios prescritos conforme a necessidade.
Os profissionais do grupo também aconselham os que moram na rua a procurarem os órgãos municipais que podem prestar orientação, como os Centros de Referência em Assistência Social (Cras) e o Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas), geralmente com o intuito de que deixem a situação de risco.