Consumidores poderão fiscalizar postos de combustíveis em Goiás por aplicativo

Combustíveis sobem mais de R$ 0,30 nos postos da Grande Goiânia

“Agora nós liberamos 257 acessos para os servidores internos do MP para verificarmos possíveis falhas, que é comum em qualquer sistema informatizado. Em seguida, assim que tiver tudo regularizado, nós vamos liberar o sistema para todos os usuários”

Usuários do aplicativo Olho da Bomba, criado pelo Ministério Público (MP-GO) em Parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), poderão fiscalizar os preços dos combustíveis dos postos. Durante o abastecimento, se o consumidor constatar que o preço do produto não está de acordo com o informado pela plataforma, ele poderá informar o MP através da leitura do QR Code que estará disponível na nota fiscal. Em seguida, a informação será encaminhada para o Procon Goiás, que ficará responsável pelas autuações.

A implantação do recurso de fiscalização no aplicativo está em fase de testes e a previsão é de que a plataforma seja disponibilizada para a população em meados de setembro. O Olho na Bomba vai alimentar uma ferramenta de monitoramento de preços que poderá ser utilizada pela população para ter acesso, em tempo real, aos preços dos combustíveis cobrados no estado. “Agora nós liberamos 257 acessos para os servidores internos do MP para verificarmos possíveis falhas, que é comum em qualquer sistema informatizado. Em seguida, assim que tiver tudo regularizado, nós vamos liberar o sistema para todos os usuários”, explica o coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor, Rômulo Corrêa.

Os postos tiveram até o dia 8 de agosto para realizar o cadastramento obrigatório na plataforma do sistema. De acordo com o balanço divulgado pelo Centro de Apoio Operacional do Consumidor do MP (Cao Consumidor), 87%  dos postos existentes no Estado, conforme dados da Secretaria Estadual da Fazenda, se cadastraram no aplicativo. Contudo, mais de 200 estabelecimentos não realizaram o cadastro. Os postos que não se cadastraram no sistema ficarão impedidos de informar ao MP os preços cobrados pela gasolina, o etanol e o diesel. Isso implicará o descumprimento da obrigação prevista na Lei Estadual nº 19.888/2017 e os sujeitará a multas que podem variar de R$600 mil a R$9 milhões. Mesmo sujeitos à aplicação dessas sanções, os estabelecimentos que ainda não fizeram o cadastro no Olho na Bomba ainda poderão fazê-los, pois a plataforma continua aberta, pelo site do MP, e seguir as orientações para o cadastramento.

Segundo Rômulo Corrêa, em relação aos postos já cadastrados, 1.183 já tiveram a documentação validada pelo MP e estão regulares no sistema, o que representa 75,78% do total cadastrado. O número de estabelecimentos com cadastros não validados é de 94. Neste caso, eles receberão um e-mail informando sobre o problema ocorrido e terão um prazo para adequação. Já 284 postos estão com cadastros pendentes, porque sua documentação ainda não foi analisada pelo MP.

Aplicativo

Pelo aplicativo para dispositivos móveis, o consumidor goiano terá acesso, em tempo real, aos preços dos combustíveis dos estabelecimentos instalados na rota que ele utiliza para seu deslocamento, seja na cidade ou em um trajeto de viagem dentro do Estado de Goiás. As funcionalidades incluem a busca e indicação do melhor preço, a inserção de favoritos, a pesquisa de preços num roteiro de viagem, bem como a realização de denúncia de irregularidades.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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