Última atualização 17/11/2022 | 15:56
Os deputados Hélio de Sousa e Gustavo Sebba, ambos do PSDB, se mobilizaram no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), na última quarta-feira (16/11), na tentativa de barrar a aprovação dos projetos de lei do governo estadual que criam a contribuição do agronegócio para o Fundo de Infraestrutura, o Fundeinfra, voltado para a manutenção e ampliação da malha viária estadual. No entanto, os parlamentares não tinham o mesmo empenho na defesa do agro durante as gestões dos ex-governadores Marconi Perillo e José Éliton, quando produtores rurais chegaram a patrocinar operação tapa-buraco com terra.
Agora contrários ao Fundeinfra, os deputados não se posicionaram ao lado dos produtores rurais no longo período – durante os dois últimos governos do PSDB, entre 2011 e 2018 – em que as rodovias estaduais estavam em péssimas condições, dificultando o escoamento das safras, encarecendo os fretes e causando enormes prejuízos aos empresários do agronegócio goiano.
Em uma rápida busca pelos jornais da época, é possível encontrar uma coleção de reportagens que mostravam as péssimas condições das rodovias estaduais nas gestões de Marconi. Em 2018, a população goiana elegeu o governador Ronaldo Caiado em 1º turno e encerrou um ciclo de administrações tucanas que já durava duas décadas e colecionava, não só em estradas e rodovias, ‘buracos’ por todos os cantos.
Herança tucana
A deterioração da malha viária estadual fez com que produtores chegassem a arcar com os custos de reformar rodovias ou tapar buracos com terra, para que houvesse alguma trafegabilidade nas estradas que cortam Goiás. Em 2016, produtores de Cristalina realizaram um mutirão para recuperar a GO-010. À TV Anhanguera, relataram que os prejuízos com as péssimas condições da rodovia chegaram a R$ 16 milhões.
Também em 2016, em outra região do Estado, produtores rurais de Rio Verde e Jataí se uniram para recuperar uma estrada local que interligava as duas principais cidades do Sudoeste. Na época, fazendeiros utilizaram máquinas de suas propriedades para fazer a recuperação do trecho e possibilitar, assim, o escoamento da safra. Na época, a própria Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) chegou a utilizar terra (e até areia) para fechar buracos em rodovias.
Em 2015, a Justiça precisou interditar pelo menos três rodovias estaduais devido às péssimas condições de trafegabilidade. Devido à quantidade de buracos e o iminente risco de acidentes, um trecho da rodovia GO-206, entre Caçu e Itarumã, foi bloqueada. Também foram fechadas as GOs 302 e 178 no perímetro urbano de Itajá.