Aos 16 anos, Vinicius de Alcântara Névoa, aluno do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Arena, em Goiânia (GO), integrou a equipe que venceu o IYPT Brasil, competição científica para estudantes do Ensino Médio. O aluno conquistou medalha de ouro e afirma que a disputa foi bastante acirrada, mas mesmo assim conseguiram chegar à final com um bom desempenho.
Após ver sua equipe ser campeã geral desta disputa, ele integra a seleta delegação de cinco jovens brasileiros que em alguns dias chegarão à capital da China, Pequim, para competir no International Young Physicists’ Tournament (IYPT), conhecido como Copa do Mundo de Física. Será uma semana de intensas disputas nas Physics Fights, sessões em que as equipes de 32 países debatem as resoluções apresentadas para determinados problemas.
“Uma equipe desafia a outra com perguntas. E aí tem o Physics Fights, quando as duas equipes disputam oralmente sobre a questão. A resposta é avaliada pela equipe observadora e o corpo de jurados dá as notas. O IYPT se difere de outras competições, para o qual nos preparamos fazendo experimentos e com a base teórica muito forte”, explica Samuel Araújo, diretor do Colégio Arena, conhecido como professor Argentino.
Alguns exemplos dos desafios abertos e de natureza investigativa, apresentados aos estudantes no torneio científico, são: Construir um sismógrafo, uma Fonte de Heron ou válvula de Tesla, investigar e explicar alguns fenômenos naturais, como quando se tira uma foto de uma lanterna brilhando à noite e podem ser observados raios de luz emanando do centro da lanterna.
“O Vinicius é um rapaz que tem uma trajetória muito forte em Física, Química e Matemática. Ele é muito bom mesmo em Ciências Exatas e se tornou uma referência em Goiânia. Exerceu a função de capitão do grupo, coordenou as estratégias de competição, fundamentais para garantir o bom desempenho”, afirma o professor Argentino.
A mãe do aluno, Ivana Alcântara Névoa, explica que desde criança ele já falava que seria cientista e demonstrava altas habilidades. “a partir dos três anos quando íamos à praia, ao invés do típico castelo de areia, ele preferia construir um Relógio de Sol ou algo nessa linha”, afirma Ivana.
Vinicius se recorda bem como surgiu o interesse por física ainda na infância. “Desde pequeno sou muito curioso, sempre fiz muitas perguntas e ainda faço. E quando criança tinha o costume de fazer experimentos. Me interessava por saber como uma geladeira funciona, o que não é muito comum, mas é importante para desenvolver conhecimento de mundo”.
Segundo o diretor e responsável pelo departamento de olimpíadas cientificas do Colégio Arena, Goiás nunca venceu uma competição da IYPT em primeiro lugar, como foi este ano no Brasil, em que venceram 24 vezes. “Estamos animados, pois a nossa perspectiva é buscar medalha no mundial. Países muito fortes são tidos como favoritos, mas o Brasil está correndo por fora e bem”, aponta o diretor.
Vinicius e os outros alunos do Arena têm treinamentos específicos, acesso a aulas e livros avançados, e investimos na capacitação diferenciada de professores.
Sobre o torneio
Em 12 edições realizadas do Torneio Nacional, cerca de 200 equipes já disputaram as Physics Fights oficiais no país. Desde 2010, segue formato semelhante ao do Torneio Internacional. Entre dezenas de versões do IYPT realizadas pelo mundo, há alguns anos a brasileira consolida-se como a maior. Em 2017, os brasileiros conquistaram a terceira medalha de prata nos últimos cinco anos, o que assegurou ao país a posição de protagonismo no cenário internacional.